UBS precisa extirpar elementos negativos de sua cultura, diz executivo
O UBS perdeu de vista sua cultura e princípios históricos em uma onda de rápido crescimento nos anos 2000, estabelecendo o pano de fundo para o escândalo na definição da Libor que custou US$ 1,5 bilhão ao banco, afirmou nesta quarta-feira o presidente-executivo da área de banco de investimento da instituição, Andrea Orcel.
Orcel disse a um comitê parlamentar britânico que estuda como os bancos tentaram manipular a Libor e que o UBS avançou bastante, mas ainda trabalha para enfrentar “elementos negativos” em sua cultura.
“O UBS, como outras organizações, não tem uma cultura uniforme porque passou a última década se expandindo, fazendo contratações de várias organizações, comprando etc”, disse. “Então, certamente há elementos de nossa cultura que são negativos e que nós precisamos extirpar. Estamos nesse processo.”
Ele acrescentou que parte do problema é que o UBS não tinha entendimento suficiente de alguns dos negócios em que estava “para ter certeza que você está no auge do padrão de integridade que você quer ter”.
Em dezembro, o UBS concordou em pagar cerca de US$ 1,5 bilhão para encerrar um processo de autoridades americanas, britânicas e suíças sobre alegações de que teria liderado um amplo acordo para influenciar as taxas de juros. Autoridades concluíram que operadores do UBS tentaram influenciar as taxas durante vários anos e, em alguns casos, conseguiram manipular a versão em iene da Libor.
Orcel, que chegou ao UBS no início de 2012, disse que uma reestruturação em andamento do banco — que inclui a redução drástica das atividades de banco de investimento nos próximos anos — tornará a instituição mais segura e menos vulnerável a problemas.
Ex-executivos do UBS, incluindo Marcel Rohner, presidente-executivo do banco entre 2007 e 2009, falarão ao mesmo painel na quinta-feira. O comitê sobre padrões bancários foi estabelecido no ano passado.
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