Justiça decreta arresto de imóveis de réus em processo do banco BVA
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo decretou o arresto de bens dos réus envolvidos no processo que investiga fraudes no banco BVA. Com a medida, o juiz Daniel Carnio Costa, que assina a decisão, quer evitar o risco de que o patrimônio dos reús desapareça durante o curso da ação, prejudicando o ressarcimento do prejuízo, estimado em R$ 1,8 bilhão.
Além de bens particulares dos réus do processo, no arresto também estão 19 imóveis vendidos pelo ex-presidente do Banco BVA, Benedito Ivo Lodo Filho, à rede de concessionárias Caoa. Segundo a decisão, a escritura de compra e venda desses imóveis foi registrada durante a intervenção do banco e, portanto, quando já havia sido decretada a indisponibilidade dos bens.
Também estão inseridos na decisão bens de João Alberto Magro e Luiz Antonio Wanderley e da Boleto Participações, que tem entre os sócios os antigos controladores do BVA. A decisão também inclui o arresto de ativos financeiros da KPMG Auditores Independentes, responsável pela auditoria do balanço do BVA. Segundo o documento, há evidências de negligência e imperícia por parte da empresa, além de ocultação de notícias sobre as fraudes.
Na decisão, o juiz também ressalta que os ex-controladores do bancos, Benedito Ivo Lodo Filho e José Augusto Ferreira dos Santos, têm participação societária em 76 empresas que podem ter sido utilizadas para desvio de dinheiro do banco BVA. Por outro lado, o juiz declarou que “o fato isolado de (as empresas) contarem nos seus quadros sociais com a presença de ex-controladores do BVA não é suficiente para a tomada de medida tão drástica quanto é o arresto de ativos financeiros”.
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