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Cédulas (do Real) ganham proteção tecnológica

Notas do realNo século XII, comerciantes cansados de assaltos nas estradas da Itália começaram a deixar ouro e prata guardados, levando consigo certificados de depósito. Esses recibos foram aos poucos adotados como forma de pagamento, dando origem ao papel-moeda, que no início era cunhado com o emblema do banco emissor e, ao longo dos séculos, foi adotado pelos países como moeda oficial, ao lado das tradicionais moedas de ouro, prata e cobre.

Quase mil anos mais tarde, a preocupação com falsificações e roubos permanece. Por ano, no Brasil, os bancos investem R$ 2 bilhões em tecnologias para aumentar a segurança das transações. No dinheiro de plástico, como são conhecidos os cartões, já foram incluídos tarjas magnéticas, chips, sistemas de criptografia (técnica digital de ocultar informações) e combinações de senhas. Mas e para proteger as cédulas de papel?

Foi para reduzir esse risco que o Banco Central e a Casa da Moeda adotaram inovações nas tecnologias de segurança empregadas na nova edição das cédulas do real, que começaram a circular neste mês, com notas de R$ 50 e R$ 100.

Faixa holográfica, elementos fluorescentes, quebra-cabeça e itens ocultos fazem a vez da criptografia e do chip adotados nos meios eletrônicos. O método de impressão também foi renovado para reduzir as ameaças de falsificação das “onças pintadas” e “garoupas” que costumam ilustrar as notas.

“O processo de fabricação passou por inovações tecnológicas, mas talvez a mais marcante seja a impressão”, afirma o vice-presidente de tecnologia da Casa da Moeda, Carlos Roberto de Oliveira.

A fabricação de uma cédula, da concepção gráfica até a impressão, pode levar de dois a seis meses, observa Oliveira. A Casa da Moeda sempre foi responsável pela concepção gráfica das notas brasileiras. A estatal faz a pesquisa iconográfica e define o desenho das notas em parceria com o Banco Central. “Fazer cédula para outros países é mais complicado, mas se a pesquisa é bem feita, os clientes pedem ajustes mínimos”, diz. Hoje, o desenho das cédulas é feito com o auxílio de um software desenvolvido para a Casa da Moeda.

Após sua aprovação, a estatal produz as matrizes para a fabricação das cédulas. Até a primeira família do real, a Casa da Moeda usava a chamada matriz relevográfica, que consistia na gravação das cédulas em relevo em chapas de latão, como uma espécie de carimbo. “A matriz relevográfica é usada para que a tinta preencha apenas os lugares desejados”, explica Oliveira. As cédulas antigas do real passavam por um processo de superposição de tintas, com a impressão de 17 cores diferentes.

Agora, esse processo foi substituído, com a adoção da matriz planográfica, feita de polímero e sem relevo visível. Para impressão nesse tipo de matriz, usa-se uma solução que permite definir que áreas da cédula serão impressas com tinta à base de óleo (impressão offset seca) e quais serão impressas com tinta à base de água (offset úmido). “Nesse caso, não há superposição das tintas, mas justaposição, o que possibilita uma impressão mais precisa e detalhada e dificulta a falsificação”, diz Oliveira.

A impressão de itens em alto-relevo, que antes era feita com moldes de chapas de aço, agora também é feita com a técnica de relevografia. Com essa tecnologia, a Casa da Moeda pode imprimir cédulas de polímero em alto-relevo e numeradores com efeitos tridimensionais, atendendo às demandas internacionais mais recentes, afirma Oliveira.

Na cédula brasileira, a Casa da Moeda inaugurou a impressão com tintas que permitem ver imagens sob luz ultravioleta e a produção da faixa holográfica de segurança. A holografia foi adotada pela primeira vez nas notas de R$ 20 da primeira família do real, mas até agora era fornecida pela ArjoWiggins, que fornece o papel-moeda para a estatal.

Fonte: Cibelle Bouças, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.