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Riscos de Compliance e Imagem: Standard pode ser alvo de fusão

O Standard Chartered, grupo britânico com forte presença em mercados emergentes e na Ásia, pode se tornar alvo de fusão ou aquisição de bancos rivais, de acordo com analistas, após acusações de reguladores americanos de que a instituição fez transações ilegais com o Irã, o que derrubou o preço das suas ações na bolsa de Londres.

Os papéis perderam 16% na segunda-feira, após o Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York ter acusado o banco de ter facilitado transações da ordem de US$ 250 bilhões com o Irã, país que o Estados Unidos impôs sanções. Ontem, as ações do banco inglês subiram 7%, sob a leitura de que pode ser um ativo cobiçado por concorrentes.

O político britânico John Mann chegou a dizer que o caso “é um esforço combinado e organizado pela cúpula do governo americano.”

Entretanto, analistas reforçam a ideia de que há um longo caminho a ser percorrido. Amit Gorl, do Credit Suisse, escreveu que “o impacto financeiro é impossível de ser quantificado no momento.”

James Chappell, analista da Berenberg, disse que se o Standard Chartered perder a sua licença em Nova York e for proibido de atuar com compensação de transações em dólar haverá declínio ainda mais acentuado nas suas ações. “Entretanto, ao se considerar a rede do Standard Chartered, e o fato de que o J.P. Morgan pretende expandir sua franquia na Ásia, acreditamos que isso dará uma espécie de piso ao preço das ações”, disse. “O J.P. Morgan demonstrou que gostaria de expandir a sua base asiática. É, de certa forma, para longo prazo, mas o Standard Chartered daria a qualquer banco de grande porte uma rede bastante interessante na região.”

Um analista, que preferiu não ser identificado, disse que empresas devem retirar depósitos do banco britânico, se a licença em Nova York for revogada – o que pode deixar o banco com um problema de liquidez do qual um banco como o J.P. Morgan poderia se beneficiar.

O Standard e o J.P. Morgan se recusaram a comentar. Um consultor de fusões e aquisições na Ásia disse que inúmeros bancos ocidentais se interessavam em obter uma rede de distribuições na região, em uma época em que taxas de operações com ações e mercados de capital estão em queda.

A RBC rebaixou as ações do Standard Chartered para “desempenho na média do mercado”, diante das incertezas regulatórias. O francês BNP Paribas, por sua vez, reduziu o preço alvo para as ações do banco e manteve a indicação “neutra” para os papéis.

O presidente do Banco da Inglaterra (Boe) Mervyn King rejeitou a ideia de que houve qualquer intenção política ou maliciosa na decisão do regulador americano ao acusar o Standard Chartered de esconder mais de US$ 250 bilhões em transações com o Irã.

O chefe do banco central britânico, porém, pediu que os reguladores americanos trabalhem em conjunto com os seus homólogos no Reino Unido e que se abstenham de fazer declarações públicas sobre o caso antes da conclusão de uma investigação. “Tudo o que as autoridades britânicas pedem é que os diversos órgão de regulação que estão examinando o caso tentem trabalhar em conjunto e se abstenham de muitas declarações públicas até que a investigação seja concluída”, disse. “Se já houve casos em que eles [os bancos] se comportaram mal e contra a regulação, os reguladores têm que tomar medidas. Eu acho que é perfeitamente razoável.”

O Standard Chartered negou as acusações, dizendo em comunicado que “rejeita firmemente a posição ou o retrato dos fatos” e que as acusações são “incorretas em matéria de direito”.

A ação do regulador americano gerou uma série de reclamações entre legisladores britânicos, que acusaram o departamento de NY de ter uma agenda destinada a atingir o centro financeiro do Reino Unido.

Mann, membro do partido trabalhista no comitê do Tesouro, disse detectar uma “tendência cada vez mais anti-britânica” em recentes declarações e ações dos órgãos reguladores e políticos americanos. Boris Johnson, prefeito de Londres, disse ao “Financial Times” que os reguladores – na tentativa de acabar com a injustiça – devem tomar cuidado para que isso não se torne uma “desculpa para o protecionismo”.

O escândalo envolvendo o Standard Chartered é só o caso mais recente de uma série de escândalos envolvendo os bancos britânicos. Em junho, a divulgação de que o Barclays manipulou a taxa de referência para empréstimos interbancários (Libor) levou à renúncia do presidente executivo Bob Diamond e do chairman do banco Marcus Agius. Mais recentemente, um comitê do Senado dos EUA acusou o HSBC de fazer lavagem de dinheiro para traficantes de drogas e grupos terroristas em sua unidade no México.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.