Plataforma de cartão do Cruzeiro do Sul vai a leilão
Em busca da recuperação pelo menos parcial do rombo de R$ 2,2 bilhões, uma série de bens do Cruzeiro do Sul está sendo colocada à venda. Liquidado pelo Banco Central em setembro, o banco vai fazer na próxima semana um leilão da sua plataforma de cartão pré-pago voltado para viagens ao exterior, batizada de Star Cash.
Segundo o edital do leilão ao qual o Valor teve acesso, o lance mínimo que os interessados devem dar ao negócio é de R$ 3 milhões à vista, em um leilão organizado pela Zukerman.
Além da plataforma tecnológica do cartão, os compradores terão acesso à base de 16,5 mil clientes cadastrados do Cruzeiro do Sul, que usam o plástico como uma espécie de porta-moedas em viagens internacionais. Da bandeira Visa, uma vez carregado no Brasil em dólares, o cartão pode ser usado para compras e saques em 15 moedas.
Diversos outros bens do Cruzeiro do Sul já foram vendidos nas últimas duas semanas. Três helicópteros usados pela alta cúpula do banco – entre eles os controladores Luis Felippe e Luis Octavio Indio da Costa – já foram leiloados por R$ 25 milhões. É um preço mais baixo do que a instituição esperava levantar. Em um leilão feito em agosto, o lance mínimo estava em R$ 35,4 milhões, mas não houve interessados.
Sete veículos vendidos, entre eles carros das marcas Land Rover e Mercedes, também levantaram ontem outros R$ 800 mil. Os automóveis eram usados pela diretoria do banco.
Com o desmonte do banco, os móveis do Cruzeiro do Sul também estão sendo leiloados pelo site Sold, do grupo Zukerman. Em um anúncio, a empresa informa que são 1.500 itens à venda, entre mesas, cadeiras e armários. Um lance mínimo para a compra de um lote de dez cadeiras com rodinhas é de R$ 50. A mesa de reunião sai por R$ 20. O lance mínimo mais caro é de R$ 100, para uma estação de trabalho de 14 lugares.
“São produtos de qualidade, não é de madeira compensada, não. É maciça”, diz Elaine de Castro, responsável pelo marketing do site de leilões Sold. Se todos os móveis do Cruzeiro do Sul fossem vendidos pelo lance mínimo, renderiam R$ 5.005.
Segundo o Valor apurou, os móveis estão saindo do escritório do banco na Vila Olímpia, em São Paulo. Lá, o Cruzeiro do Sul ocupava quatro andares e meio. Hoje, dois deles já foram desocupados. Dos 750 funcionários, restam pouco mais de 200.
Fonte: VE