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Insatisfação com os chefes atinge mais da metade dos profissionais

A dificuldade de relação com o chefe ainda é um risco para a retenção de profissionais nas empresas, de acordo com uma pesquisa feita pela consultoria Page Personnel. Após entrevistar 2,4 mil profissionais, a empresa chegou à conclusão de que mais da metade dos trabalhadores – 53,5% – se diz insatisfeita com seu gerente ou diretor.

A principal reclamação, segundo o levantamento, é a dificuldade dos gestores em definir metas, problema apontado por 54,8% dos profissionais. A pouca disposição para treinar os subordinados (52,3%) e a falta de conhecimento sobre as funções de cada membro da equipe (43,8%) também foram fatores citados pelos entrevistados.

O principal desafio de um gestor, segundo o diretor executivo da Page Personnel, Roberto Picino, é mostrar ao funcionário que existe uma razão para ele estar ali e de que há perspectivas para ele no futuro. Ao mesmo tempo, é preciso definir bem as regras do jogo, porque a expectativa exacerbada é justamente a mãe da decepção.

“Na hora de atrair um profissional, é preciso contar as vantagens da empresa de forma realista”, diz Picino. Segundo ele, não adianta tentar dar a impressão de um ambiente relaxado e altamente inovador a uma indústria pesada controlada por uma família tradicional. “O funcionário não vai chegar e mudar tudo da noite para o dia. É preciso, neste sentido, trabalhar com informações realistas.”

O resultado da pesquisa com gerentes e diretores mostrou um descompasso com a insatisfação dos subordinados, já que 82,8% dos chefes se consideram preparados para o cargo que exercem. “Esse número mostra mais as pessoas analisando o tempo de casa que tinham quando foram promovidas do que a própria capacidade de liderança”, diz Picino.

Fazer ou delegar. O executivo da Page Personnel diz que muitos profissionais têm dificuldade para entender que, para o gestor, é mais importante saber delegar do que fazer uma determinada tarefa. Além disso, a relação com a equipe deve ser sempre a tarefa prioritária. “Não é raro o gestor chegar de viagem e correr para a sala para responder e-mails. É claro que é mais importante, neste caso, falar com as pessoas e saber o que se passou durante o período de ausência.”

As deficiências dos gestores podem levar toda a empresa para um caminho perigoso: a falta de ousadia. De acordo com o especialista em inovação Valter Pieracciani, ao não abrir espaço para o novo, um negócio deixa de exercer fascínio no mercado e não consegue mais atrair os funcionários “top de linha”, especialmente em um mercado como o atual, de baixos índices de desemprego.

Muitas companhias ainda não conseguiram se livrar de um estilo de liderança que se assemelha ao do “supervisor de fábrica”. Isso colabora para que as pessoas associem o trabalho a uma atividade maçante, segundo Pieracciani. “A maioria dos trabalhadores separa a vida pessoal da vida profissional, como se começasse a viver só depois do horário comercial”, diz o especialista. “É preciso que se crie uma cultura em que a inovação floresça.”

Fazer parte de um projeto instigante pode fazer toda a diferença na vida de um trabalhador, além de reduzir dores de cabeça das companhias. Pieracciani cita um caso da construtora Andrade Gutierrez. A gigante enfrentava problemas com as sucessivas interrupções na obra do Porto de Imbituba, em Santa Catarina. A questão era potencialmente perigosa para a imagem da companhia, já que envolvia protestos do Greenpeace sobre o impacto do projeto na reprodução das baleias francas, espécie que se acasala no litoral catarinense.

O problema: o bater de estacas para a construção do terminal portuário incomodava as baleias. Uma equipe foi criada pela empresa para resolver a questão. Um grupo de engenheiros encontrou uma solução simples. Criou uma “cortina” de bolhas d’água ao redor das estruturas que estavam sendo montadas. As bolhas bloqueavam o som e garantiam a reprodução dos animais. Pieracciani diz que este é um exemplo em que a gestão conseguiu encontrar uma solução barata para uma questão potencialmente perigosa para o negócio.

Fonte: FERNANDO SCHELLER – O Estado de S.Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.