IFRS, risco operacional e Basiléia.
O que será que IFRS (International Financial Reporting Standard), risco operacional e Basiléia têm em comum? A transparência das informações, seja operacional e financeira, das organizações para seus sócios e investidores, ou comumente conhecidos como Stakeholders – partes interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa executadas pela empresa.
O IFRS, conhecido como padrão contábil internacional, tem como principio básico à apresentação (disclosure, em inglês), pois as notas explicativas apresentam de forma clara e objetiva esclarecimentos sobre os itens do balanço, ativo, passivo e resultados.
O risco operacional deve evidenciar, a cada dia, que os objetivos da organização estão sendo alcançados, de forma segura e fidedigna, com responsabilidade e ética. Os controles internos na gestão de riscos são atualmente muito mais que uma necessidade, pois é inerente às atividades de todas as empresas, afinal qual empresa não possui riscos?
Já a Basiléia foca o mercado financeiro em geral para um fortalecimento, pois ainda encontramos muitas fragilidades na gestão de investimentos, riscos, compliance e governança corporativa e, em certos casos, até na gestão de produtos.
Mas qual a dificuldade? Processos e entendimento dos riscos e das possibilidades do negócio. Afinal, implementar controles internos e compliance, além das dificuldades existentes, tem a questão do desconhecimento da atividade.
Antes de implementar qualquer tipo de controle, devemos identificá-los, juntamente com os procedimentos da organização, geralmente conhecida como mapear os processos, entender o que a empresa e seus departamentos fazem para, depois, partirmos para controles mais seguros e implementar uma gestão de riscos com controles internos e contábeis efetivos e funcionais.
Algumas empresas ainda não entenderam esta necessidade e fazem algumas destas atividades sem a definitiva força, mas somente para atender parcialmente ao órgão regulador. É verdade que existem organizações com uma concepção de seriedade e atendimento da tão falada conformidade e governança, mas por outro lado, muitos ainda estão distantes deste ponto de equilíbrio.
É verdade que, em certos casos, o custo de implementação pode ser grande, mas justamente por faltar o básico. O tempo demonstra que o investimento dá retorno, afinal, esta busca pelos melhores processos de controle pode proporcionar maior eficiência e eficácia operacional.
Devemos buscar uma maior mobilização e, principalmente, valorizar a implementação de controles e cultura organizacional, pois a gestão de riscos é parte de um processo de governança corporativa, contábil e gerencial. Mesmo sem a obrigatoriedade imposta pelos órgãos reguladores, mas pela necessidade de demonstrar a efetividade do negócio e segurança dos investimentos, clientes, fornecedores, funcionários, entre outras partes interessadas. Pense nisso.
Marcos Assi é professor e coordenador do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, e autor do livro “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” (Saint Paul Editora). Consultor de Riscos Financeiros e Compliance da Daryus Consultoria.