Petrobras cancela contrato com empresa após suspeita da Justiça

O cancelamento do contrato foi confirmado pela assessoria da empresa nesta quarta-feira (18). A assessoria, no entanto, não informou o motivo da decisão.
Em 11 de abril, a Petrobras entregou a documentação solicitada por Ordem Judicial, expedida pela Seção Judiciária do Estado do Paraná, colaborando com as investigações em curso a respeito da compra da Ecoglobal, que tinha acabado de fechar um contrato de R$ 443,8 milhões com a Petrobras. Por 75% da empresa, teriam sido pagos R$ 18 milhões.
“Vale ressaltar que o contrato em questão com a empresa Ecoglobal foi precedido de processo licitatório na modalidade carta-convite. Esse contrato começa a vigorar em julho deste ano. Até o momento não houve qualquer desembolso referente ao mesmo”, declarou a Petrobras, na ocasião.
Em nota publicada no site oficial da Ecoglobal, a empresa declarou que “cada real de receita gerada pela empresa foi resultante de trabalho digno e honesto, bem como o contrato de R$ 443 MM assinado com a Petrobras em Julho de 2013 que foi vencido dentro de parâmetros técnicos e éticos tanto por parte da Petrobras como da Ecoglobal Ambiental, razão pela qual repudiamos qualquer suspeita de tratar-se de ‘empresa de fachada”.
A negociação foi realizada em 2013.
Os compradores eram empresas que pertencem a duas pessoas presas na primeira etapa da Operação Lava Jato – a Sunset Global, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso durante a operação; e a Quality Holding, do doleiro Alberto Youssef, também preso no âmbito da Lava Jato. O terceiro comprador seria a Tino Real.
A ordem da Justiça Federal afirmava: “Causa estranheza que empresa que consigaobter contrato de R$ 443 milhões seja negociada na mesma época por R$ 18 milhões.
Os fatos sugerem atuação dos compradores da empresa Ecoglobal na obtenção do contrato junto à Petrobras.
O próprio negócio da cessão de cotas é condicionado à efetivação do contrato da Ecoglobal com a Petrobras”.