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Melhora de governança valoriza empresas na bolsa

O anúncio da migração para o Novo Mercado colocou a Mundial no radar dos investidores. Essa é uma tendência que tem se observado na bolsa brasileira, com muitas companhias buscando melhorar a governança corporativa, com o objetivo de trazer uma melhor avaliação de suas ações. Só neste ano, TIM, Ulprapar, Mahle Metal Leve e Mundial anunciaram a migração para o Novo Mercado.

A Forjas Taurus também ingressou no Nível 2. “A busca de transparência e aperfeiçoamento da governança corporativa é uma tendência das empresas que querem melhorar o relacionamento com os investidores”, diz Rodrigo Simões, diretor de investimentos da Bravia Capital.

O que chamou a atenção da Bravia no caso da Forjas Taurus foi a sua liderança no mercado nacional de fabricação de armas e capacetes para motocicletas. A empresa fornece armamentos para a maioria das prefeituras e governos no Brasil. “Vemos um grande potencial de crescimento para a empresa motivado pelo aumento das vendas de motocicletas e pela necessidade de rearmamento do governo brasileiro com a realização de eventos como a Copa e Olimpíada no Rio de Janeiro, que irão demandar um reforço do policiamento”, diz Simões. O papel, no entanto, acumula queda de 8,4% no ano.

A Cia. Hering, por exemplo, ficou muito anos fora do radar dos investidores até a sua migração para o Novo Mercado, lembra Wagner Salaverry, sócio-diretor da gestora Geração Futuro.

Em junho, das 469 empresas listadas na BM&Bovespa, apenas 180 estavam nos segmentos de governança corporativa.

Muitas empresas, no entanto, têm uma certa resistência em migrar para os níveis diferenciados, por terem uma estrutura de controle familiar ou porque o acionista majoritário não quer diluir a sua participação com o ingresso no Novo Mercado, o que obrigará a companhia a transformar as ações preferenciais em ordinárias com direito a voto. “Não faz parte do DNA de alguns controladores compartilhar a gestão com outros acionistas”, destaca Bruno Piacentini, sócio da Fama Investimentos.

O mercado, no entanto, acaba atribuindo um desconto para essas ações. Salaverry cita como exemplo a Guararapes Confecções, controladora da Riachuelo. No ano passado, a empresa fechou com faturamento de R$ 2,6 bilhões, próximo ao das Lojas Renner, de R$ 2,75 bilhões. No entanto, o valor de mercado da Guararapes, de R$ 5,1 bilhões, é cerca de 27% menor que o da sua concorrente, listada no Novo Mercado da bolsa.

Ação da Mundial cai 49,7% na semana

Não existe ganho fácil no mercado financeiro. Ativos que apresentam uma forte alta de uma hora para outra podem registrar uma queda na mesma intensidade. Quem comprou as ações preferenciais (PN, sem voto) da Mundial no início da semana, na onda da euforia do mercado, já amarga uma perda de 49,74%. Os papéis da empresa passaram por uma correção desde quarta-feira, o que trouxe uma queda do valor de mercado de 51%, para R$ 847,8 milhões.

Isso é o que acontece com papéis que de empresas que apresentam uma forte valorização sem fundamento. A ação PN da mundial chegou a subir 2.820% neste ano, e a ordinária (ON, com voto), 1.662%.

A empresa entrou no radar dos investidores desde o anúncio da migração para o Novo Mercado. Fabricante de talheres, tesouras, esmaltes, alicates de unha e também bombas hidráulicas, a empresa fechou 2010 com receita líquida de R$ 365,48 milhões. O valor de mercado das ações chegou a quase 20 vezes o seu valor patrimonial.

Em julho, as ações da Mundial chegaram a movimentar um volume muitos vezes superior ao de blue chips como Petrobras, o que aumentou as especulações sobre uma possível entrada do papel na carteira teórica do Ibovespa.

Por serem cotadas a valores muito baixos, muitas vezes centavos, essas ações acabam sendo alvo de especulação dos investidores, o que traz maior volatilidade para esses ativos.

Outro problema é questão da liquidez. Alguns papéis das ações de terceira linha têm pouca negociação, o que pode dificultar a saída do investimento. Por isso, em momentos de maior aversão a risco no mercado, esses papéis acabam sofrendo mais que as blue chips.

Fonte: Silvia Rosa, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.