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Grupo Oboé: Passei anos sem oportunidade de defesa

O controlador do Grupo Oboé, que sofreu intervenção e liquidação pelo Banco Central (BC), José Newton Lopes de Freitas, se diz ainda surpreso com tudo o que aconteceu com suas empresas.

“Tudo foi de uma hora para outra, passei anos sem a oportunidade de defesa. A situação é muito difícil. É muito difícil lutar contra o Estado”, disse Freitas, que aceitou falar com a imprensa pela primeira vez desde que foi decretada a intervenção no grupo, em setembro de 2011.

De acordo com Freitas, as suspeitas de desvio de recursos, caixa 2 e contabilidade irregular não procedem. Segundo ele, até a Polícia Federal já procurou por esse dinheiro que teria sido desviado da empresa e não achou. “Existe desvio de recursos se não se sabe para onde esse dinheiro foi?”, questiona, afirmando que, no inquérito feito pelos interventores, há a avaliação de que a empresa nem teria caixa suficiente para ter efetuado esses supostos desembolsos.

Na visão de Freitas, “alguns falam que foi uma denúncia” que levou o Banco Central a intervir nas empresas financeiras do grupo. Do seu ponto de vista, as suspeitas partiram da empresa de cartões de crédito do grupo, que também fazia a administração de folhas de pagamentos, movimentando cerca de R$ 40 milhões por mês.

“Eles vieram certos de que encontrariam coisa errada. A luta deles para que eu não volte é porque, se eu voltar, vou desmascarar tudo isso. Eles não querem admitir que partiram de uma linha equivocada e agora querem seguir nessa linha até o fim”, diz.

Freitas conversou com o Valor por telefone e também respondeu a questionamentos por e-mail, no qual aponta que não foi ouvido pela comissão de inquérito e que só foi intimado a apresentar defesa após a decretação da falência da empresa e do encerramento da comissão de inquérito. “O Banco Central se tem revelado adversário de má fé processual, não só por manobras jurídicas, assédio processual e invencionices, mas também pela criação do terror dentro e fora do processo para inibir os julgadores”, escreveu o empresário.

Questionado sobre as posições do controlador do Grupo Oboé, o procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Ferreira, reforçou que “há firme convicção técnica e jurídica do BC sobre as causas que levaram à liquidação das empresas, de resto, irregularidades gravíssimas na gestão das instituições e fundados indícios de crimes contra o Sistema Financeiro”.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.