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Governança Corporativa: Conselhos têm poucos diretores financeiros

A Lei Sarbanes-Oxley devia ter colocado mais diretores financeiros nos conselhos das grandes empresas americanas. Mas, quase dez anos depois, eles continuam escassos.

Não é que os diretores financeiros não queiram ser conselheiros. Além de oferecer remuneração generosa pelo que é basicamente um trabalho de meio período, um assento no conselho confere prestígio e o reconhecimento de que o executivo faz mais do que lidar com números.

Os conselhos também querem esses diretores. Eles preenchem exigências regulatórias de que os conselhos tenham sabedoria financeira. E também podem ajudar ou liderar comitês de auditoria.

Mas os diretores financeiros das maiores empresas americanas trabalham em média para 0,30 conselho, uma queda de 19% se comparado a 0,37 conselho quatro anos atrás, de acordo com a firma de contratação de executivos Crist|Kolder Associates. É menos de um assento para cada três diretores financeiros.

Os motivos são intrigantes. Tais como cultura corporativa, ou uma cota não oficial com intenção de maximizar a diversidade de talentos num conselho. Às vezes, o maior obstáculo para que diretores financeiros entrem em conselhos de outras empresas é um chefe que teme sua distração com atividades externas.

A Honeywell International Inc., por exemplo, autoriza seus executivos a participarem de conselhos externos “de maneira limitada”, de acordo com um porta-voz. Isso desde que o executivo esteja na Honeywell por “um período extenso de tempo e que a oportunidade avance seu desenvolvimento profissional”. E ainda exige aprovação pelo presidente do conselho da Honeywell.

Um dos objetivos da Lei Sarbanes-Oxley de 2002 foi deixar os conselhos mais responsabilizáveis pelas finanças das empresas, em parte pela ampliação dos deveres do comitê auditor do conselho e pela elevação dos exigências em termos de conhecimento financeiro e independência para os candidatos a conselheiro. As novas regras pareciam favorecer os diretores financeiros.

E, na verdade, as oportunidades atuais para eles são abundantes, se comparadas com o que eram na virada do milênio. “Diretores financeiros que eram conselheiros independentes em 2000 podiam ser contados com uma mão”, diz Peter McLean, presidente da área de finanças globais da Korn/Ferry International.

Há mais agora, de acordo com a Korn/Ferry, mas mesmo assim somente 20% dos 1.000 principais diretores financeiros dos EUA estão em conselhos atualmente, e quanto menor a empresa, piores as chances de seu diretor financeiro ser membro de um conselho.

“Há mais diretores financeiros que querem assento num conselho do que oportunidades disponíveis”, diz Jeremy Rickman, diretor da área de contratação para conselhos da Russell Reynolds Associates, de Chicago.

Muitos diretores financeiros que tiveram oportunidade se sobressaíram. Além de suas responsabilidades como diretora financeira da rede de materiais para construção e decoração Home Depot Inc., Carol Tome participa de vários tipos de conselhos. Ela é membro do conselho da gigante de entregas expressas United Parcel Service Inc. e comanda seu comitê auditor. Ela também é presidente do conselho do Federal Reserve Bank de Atlanta, uma regional do banco central americano.

Tome tem assento no conselho do Jardim Botânicos de Atlanta; no ano que vem, ela vai presidir o conselho da Câmara de Comércio Metropolitana de Atlanta.

A despeito de todas os compromissos externos, o diretor-presidente da Home Depot, Francis Blake, frequentemente se refere a Tome como “a melhor diretora financeira do varejo”, e muitos observadores esperam que ela o suceda no comando da empresa. Tome não quis ser entrevistada para esta reportagem.

Ter vários diretores financeiros num conselho pode ter suas vantagens. George Harad e Robert Matschullat, membros do conselho da Clorox Co., são ex-diretores financeiros. Eles receberam elogios de analistas por ajudar a empresa a formar um bom grupo de executivos financeiros talentosos, o que permitiu à Clorox preencher rapidamente o cargo de diretor financeiro quando o atual anunciou recentemente que vai se aposentar no mês que vem.

Uma porta-voz da Clorox diz que ter dois diretores financeiros como membros do conselho não foi intencional, mas simplesmente resultado de recrutar os melhores candidatos.

Fonte: Maxwell Murphy | The Wall Street Journal, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.