Notícias

Contabilidade da Olympus preocupa desde os anos 90, diz banqueiro

Um banqueiro do setor de investimentos despertou preocupações com a contabilidade dúbia da japonesa Olympus desde os anos 1990, após descobrir que a empresa usava fundos sediados nas Bermudas para “inventar” ativos e maquiar seu balanço fiscal, disse ele à Reuters.

Os temores do banqueiro, que ele diz terem sido discutidos no banco PaineWebber, de Wall Street, seu empregador na ocasião e facilitador do esquema nas Bermudas para a Olympus, é um dos mais recentes alertas sobre as irregularidades contábeis da empresa japonesa, que durou mais de duas décadas.

“O regimento contábil japonês naquele tempo era muito estranho”, declarou o banqueiro, explicando ter feito questionamentos porque a Olympus explorava uma brecha nas regras contábeis que ludibriava investidores sobre sua verdadeira saúde financeira.

Ele afirmou que os investimentos nas Bermudas foram obtidos para a Olympus por dois banqueiros japoneses na ocasião trabalhando para o PaineWebber e que continuam no centro do escândalo contábil da Olympus.

“Acho que quando eles começaram, estavam aproveitando algumas regras contábeis japonesas malucas, então o que fizeram no início pode muito bem ter sido de acordo com a lei, senão de acordo com o espírito da lei.”

Estas regras permitiram a empresas japonesas evitar a valorização de fundos de investimento não declarados em valores de mercado, em comum com outras nações na época, mas a prática desdenhava princípios contábeis presentes no Japão e em todas as partes, que exigiam que as empresas exibissem uma visão verdadeira e justa de sua situação financeira.

A Olympus, outrora orgulhosa fabricante de câmeras e equipamentos médicos, admitiu na semana passada ter ocultado perdas desde os anos 1990 e usado parte de US$ 1,3 bilhão em pagamentos incomuns em fusões e aquisições para ajudar a acobertá-las. Mas a empresa ainda não disse o quanto escondeu ou como conseguiu fazê-lo durante tanto tempo.

Desde que o escândalo irrompeu um mês atrás, a empresa perdeu 80% de seu valor de mercado por conta das preocupações com seu futuro. A polícia e os órgãos reguladores do Japão estão investigando o caso ao lado do FBI norte-americano.

Fonte: REUTERS, Folha de São Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.