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Com Uniban, Anhanguera dá um salto em São Paulo

Com a aquisição da Uniban, anunciada ontem, a Anhanguera entra com força na capital paulista – maior praça do país no setor educacional privado. Até então, a Anhanguera, fundada em Campinas, tinha uma forte presença na Grande São Paulo e interior do Estado. “É a consolidação de uma empresa do interior, que foi chegando pela periferia e agora comprou uma grande faculdade da capital. Para nós é uma operação muito interessante porque a sobreposição é mínima”, disse Alexandre Dias, presidente da Anhanguera, que comprou a Uniban por R$ 510 milhões.

“Essa negociação é a demonstração de um novo ciclo. São as consolidadoras adquirindo outras consolidadoras. A Uniban já foi uma das compradoras do setor, ao adquirir faculdades em Santa Catarina e no Paraná. E, agora foi comprada”, observou Ryon Braga, sócio da consultoria Hoper, especializada em ensino.

A transação com a Uniban também chama a atenção do mercado porque as quatro principais faculdades paulistas sem vínculo com os grandes grupos consolidadores – FMU, Unip, Uninove e Uniban – vinham batendo na tecla de que não tinham interesse em negociar seus ativos. “A negociação levou cerca de seis meses”, disse o presidente da Anhanguera.

Segundo fontes ouvidas pelo Valor, entre esses quatro grupos, o que tinha potencial para ser vendido era a Uniban. O grupo, fundado na década de 70, vinha perdendo alunos. Em 2008, a Uniban chegou a ter 70 mil alunos – contava com 55,1 mil em março deste ano. “A Uniban já foi uma faculdade premium, mas optou por concorrer com a Uninove e com [grupos] consolidadores. A Uniban foi baixando o preço da mensalidade, atraindo muitos alunos, mas sem infraestrutura. Com isso, dispararam as reclamações no Procon”, disse uma fonte do setor de educação.

Não bastassem esses problemas, no ano passado a Uniban foi alvo de críticas por conta do “episódio Geisy Arruda”, a ex-aluna expulsa do curso de Turismo e vítima de preconceito porque usava vestidos curtos.

Segundo Dias, o nome Uniban será extinto aos poucos e substituída, ainda sem um prazo definido, pela marca Anhanguera. Atualmente, a Uniban conta com 12 campi, sendo nove em São Paulo, um em Santa Catarina e outra unidade no Paraná.

A aquisição da Uniban foi a maior já realizada pela Anhanguera, que desde o IPO (oferta inicial de ações) em 2007, já fechou a compra de cerca de 40 instituições de ensino. Cada instituição pode ser dona de mais de uma faculdade.

Com a compra da Uniban, a Anhanguera vai interromper suas aquisições. “Entramos em um novo ciclo. Vamos interromper as aquisições e focar na integração. Adquirimos 100 mil alunos, nos últimos nove meses, e agora precisamos fazer a consolidação”, explicou o executivo.

A compra da Uniban consolidou ainda mais a liderança da Anhanguera no setor educacional, que agora tem 400 mil alunos de cursos presenciais e a distância (já incluindo os alunos do vestibular de julho). A segunda posição pertence à carioca E stácio, que encerrou o segundo trimestre (período que não inclui os novos alunos do vestibular) com 239 mil matriculados. Na sequência, vem a Unip, Laureate, Kroton e a Uninove.

“Também nos tornamos um dos maiores grupos de educação do mundo em número de alunos”, ressaltou o presidente da Anhanguera, que encerrou o primeiro semestre com receita líquida de R$ 573 milhões.

Dos R$ 510 milhões ofertados ao dono da Uniban, o professor Heitor Pinto Filho, R$ 235 milhões serão pagos na assinatura do contrato, marcada para hoje. “A outra parcela será paga em duas vezes, em 12 e 24 meses”, explicou Dias.

Neto do fundador da Uniban, o professor Heitor deixa totalmente a faculdade, onde ocupava o cargo de reitor. Entre os anos 1980 e 2002, ele tentou entrar na área política, sendo que a última tentativa foi em 2002 como vice na chapa de Paulo Maluf para o governo de São Paulo.

Fonte: Beth Koike, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.