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Caixa Dois: PanAmericano teve R$ 100 mi desviados por executivos

Os executivos do PanAmericano responsáveis pelo rombo de R$ 4,3 bilhões não desviaram mais que R$ 100 milhões -2,3% do valor total do rombo.

A maior parte do buraco não foi resultado do efeito “bola de neve” da má administração e das sucessivas fraudes com a venda de financiamentos para encobri-la.

Boa parte do dinheiro desviado foi embolsada pelos executivos e o restante virou caixa dois, que, entre diversos destinos, financiou campanhas políticas.

É o que mostra a troca de e-mails entre os principais executivos do banco interceptados pela Polícia Federal e também o resultado de uma auditoria interna feita no banco a pedido da nova direção do PanAmericano, que adotou a política de “tolerância zero” com os envolvidos para recuperar a credibilidade da instituição.

A cifra de R$ 100 milhões inclui o pagamento de bônus feitos pela empresa de cartão de crédito do PanAmericano aos executivos no período entre 2008 e 2010.

Também considera o pagamento de bônus pelo próprio banco -que fez os cálculos com base em resultados de desempenho “inflados”- e o pagamento de “consultorias” prestadas pelos mesmos executivos à instituição.

Para pagar menos imposto, esses dirigentes emitiram notas fiscais em nome de empresas que pertenciam a eles mesmos. Isso porque na pessoa jurídica se pagam 15% de Imposto de Renda sobre o valor total recebido, e, na pessoa física, 27,5%.

Os auditores e especialistas que vasculharam as contas do PanAmericano não sabem o que os executivos fizeram com esse dinheiro, considerado pouco perto do total do rombo.

Folha apurou que a Polícia Federal tem evidências de que boa parte desse dinheiro foi usada para financiar campanhas de políticos.
Entre elas estão e-mails trocados entre alguns diretores do banco, o ex-diretor financeiro Wilson Roberto De Aro e o ex-presidente Rafael Palladino.

Procurado, Rafael Palladino não respondeu até o fechamento desta edição. Wilson De Aro não quis comentar.


Cronologia

nov.2010
>> Cai toda a diretoria e o BC comunica ao mercado que havia problemas no PanAmericano
>> Nos bastidores, o BC ajudou a fechar um acordo com o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que deu inicialmente R$ 2,5 bi ao Pan

dez.2010
>> Crise do Pan afeta mercado de venda de carteiras dos bancos pequenos para os grandes

jan.2011
>> BTG Pactual compra o banco de Silvio Santos por R$ 450 milhões

fev.2011
>> Nova administração do Pan desiste de contabilizar rombo e inicia contabilidade do zero

mai.2011
>> Cade aprova compra de 99% do PanAmericano pela Caixa

out.2011
>> Banco Central bane os principais executivos do PanAmericano de atuar no Sistema Financeiro Nacional por até 20 anos

Fonte: Julio Wiziack, Toni Sciarretta e Flávio Ferreira, Folha de S.Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.