ArtigosLivros do Professor

Conflito de interesses, como fazer sem fazer?

Importante é saber que quem determina conflito de interesses em suas regras internas é a organização, pois nós de compliance, juntamente com o juridico, validamos as regras e avaliamos as questões legais, pois que necessita estar em compliance é a organização e todos nós colaboradores ou terceiros devemos ser o compliance de nossos processos.

Em nosso livro Gestão de Compliance e seus desafios, no capitulo 4 – Conflito de interesses, apresentamos o seguinte trecho para entendimento:

“É importante conscientizar funcionários, colaboradores e gestores envolvidos nos processos sobre a responsabilidade de cada um, o que confere um sistema operacional mais seguro.

Há muito tempo procuram-se as melhores formas de proteção dos ativos das empresas. Com essa preocupação tão evidente e na busca de melhores formas de salvaguardar os ativos das empresas, o assunto de conflito de interesses sempre está na mídia e ultimamente nos meios acadêmicos seja como tema de palestras, seja nas disciplinas gestão de riscos e governança corporativa, o que evidencia a necessidade de entendimento de como as empresas tratam o assunto.

Weill e Ross (2006) apresentam que a informação sempre foi importante para as empresas, mas, com o desenvolvimento tecnológico dos últimos anos, seu papel e valor mudaram significativamente. A informação:

  • É cada vez mais fácil de coletar e digitalizar;
  • Tem crescente importância para produtos e serviços;
  • É muito difícil avaliar ou apreçar;
  • Tem meia-vida decrescente;
  • Tem crescente exposição a riscos;
  • É uma despesa significativa na maioria das empresas.

Sobre análise e gestão de riscos, Oliveira, Faria, Oliveira e Alves (2008), comentam que:

A preocupação de executivos de empresas, com relação à possibilidade de incorrer perdas decorrentes de situações que nem sempre estão diretamente sob o seu controle, causa a necessidade de serem utilizadas ferramentas de identificação, gerenciamento e proteção de riscos de perdas inseridas nos processos operacionais.

Soma-se isso à existência de muitos processos operacionais mal estruturados, controles internos deficientes ou inexistentes ou fraudes internas ou externas, entre outras inúmeras ocorrências, que podem prejudicar o desempenho na busca de criação de valor para a empresa e seus acionistas.

Segundo Marcelo d’Agosto[1], qualquer profissional, ao desempenhar suas atividades, possuir interesse pessoal no resultado de uma determinada negociação que é contrário ao da outra parte, existirá um conflito de interesses. Dependendo de como a atividade profissional é exercida ou remunerada, os conflitos podem ser reduzidos ou potencializados, mas a principal preocupação seria como identificar ou monitorar.

As atividades exercidas pelas instituições financeiras são, por sua natureza, sujeitas a conflitos de interesses. Por exemplo, quando um banco estabelece as condições dos empréstimos para os clientes, é do interesse da instituição cobrar a maior taxa de juros possível, desde que não leve os tomadores de crédito à inadimplência. Para os clientes, por outro lado, o ideal é pagar os menores juros possíveis. Existe, portanto, um conflito entre os interesses do banco e dos clientes.

Ainda Marcelo d’Agosto[2], alerta que mesmo pode acontecer quando os analistas de uma corretora alteram a carteira recomendada de ações, excluindo os papéis de determinadas empresas para incluir os de outras. Interessa à corretora lucrar com as taxas de corretagem cobradas dos investidores que se sentirão estimulados a fazer o ajuste das aplicações.

Outro exemplo é quando o gerente do banco, motivado para bater metas de vendas, direciona os recursos dos clientes para alternativas que remunerem melhor o banco, como títulos de capitalização ou fundos de investimento com taxa de administração elevada. Essas opções não são as mais rentáveis para os clientes.

As atividades financeiras são tão complexas que muitas vezes acordos que parecem alinhar os interesses dos profissionais do mercado com os investidores são objeto de críticas. Para alívio dos clientes, alguns fatores ajudam a limitar os impactos negativos dos conflitos de interesses das instituições financeiras. O principal deles é a necessidade de construção da reputação.

Bancos e corretoras possuem grande capacidade de reunir e analisar informações relevantes sobre o comportamento dos mercados financeiros e podem fidelizar seus clientes oferendo interpretações de qualidade sobre as tendências para os preços dos ativos.

Quando, por exemplo, um analista renomado de uma instituição financeira possui histórico de acerto das previsões, ele atrai muitos investidores para a instituição. Ter um número grande de clientes satisfeitos operando com frequência é fundamental para a construção da reputação de um banco ou corretora.

Outro aspecto importante é a pressão dos competidores. Se uma instituição financeira começa a usar todo o seu poder de mercado para oferecer operações pouco rentáveis aos clientes, é praticamente certo que os concorrentes vão buscar os clientes mal atendidos.

[1]Economista, com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, é especializado em administração de investimentos.
[2] Idem

Portanto segue uma pequena ajuda para entendimento do processo, caso queira acesse o link e solicite o seu com desconto e autografado http://www.massiconsultoria.com.br/livros_solicitacao.html

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.