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Combate ao crime consume bilhões em bancos

ATMEm filmes hollywoodianos não faltam cenas de engenhosos assaltos a agências bancárias em plena luz do dia, mas a criatividade dos bandidos brasileiros superou a ficção. Aqui, o crime que mais preocupa hoje os banqueiros já não são os roubos cinematográficos e, sim, as explosões de caixas eletrônicos com bananas de dinamite.

Praticada durante a madrugada, a destruição das máquinas leva de um a dois minutos, tempo apertado até para um curta­metragem.

 Certamente a mais violenta, a explosão de caixas eletrônicos não é a única modalidade de ataque à rede dos bancos no Brasil. A criatividade é tanta que alguns dos crimes ganharam até apelidos esportivos.

A pescaria de depósitos, por exemplo, consiste do uso de fio dental para roubar o dinheiro depositado por clientes no caixa eletrônico. Feito em dupla, o alpinismo requer que uma pessoa inicie uma discussão com o atendente enquanto a outra pula o caixa para roubar dinheiro.

“Em relação a outros países, é incomparável o que acontece aqui”, diz José de Paiva Ferreira, vice­presidente sênior da subsidiária brasileira do Santander, banco que tem atividade em mais de 20 países.

Os problemas com a segurança física de agências e caixas eletrônicos causam aos grandes bancos brasileiros perdas que vão de algumas dezenas de milhões de reais a até outras tantas centenas de milhões de reais por ano, de acordo com relatos de executivos do alto escalão dos bancos ao Valor.

Para combater a questão, os bancos investiram no ano passado R$ 9 bilhões. É uma soma maior do que os R$ 7,1 bilhões de lucro que a Caixa Econômica Federal, terceiro maior banco em ativos do país obteve, e também três vezes mais do que se investia em 2000. O dinheiro é usado, por exemplo, na contratação de 65 mil vigilantes e em milhares de câmeras de segurança.

A cifra supera o próprio prejuízo que os bancos têm com os ataques. “A perda financeira é desproporcional ao investimento feito pelos bancos. É mais uma questão de segurança física dos clientes e dos funcionários”, diz Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). “Essa é uma das muitas causas de os nossos spreads serem mais elevados.”

Pelos cálculos da Diebold, multinacional fabricante de ATMs, um caixa eletrônico no Brasil é, em média, 60% a 70% mais caro do que em outros lugares do mundo. Em grande parte, a diferença se explica pelos artefatos de segurança que as máquinas exigem aqui.

Desde 2000, a quantidade de assaltos a bancos no Brasil se reduz. Em média, eram 5,2 agências assaltadas por dia, sendo que no ano passado 1,1 agência sofria roubo, segundo a Febraban. Por outro lado, os bancos dizem que a explosão de ATMs ocupou esse espaço.

Não existem estatísticas nacionais públicas sobre explosão de caixas eletrônicos. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo só informou que em fevereiro foram 21 casos ante 62 em igual mês de 2014. Não há dados abertos para outros períodos.

Sob a condição de não terem seus nomes revelados, os grandes bancos de varejo do país dão indícios da gravidade do problema. Só um deles relata ao Valor que em 2014 teve 1.400 caixas eletrônicos explodidos. Outra instituição contabilizou 600 máquinas destruídas. Um terceiro banco sofreu 166 ataques a ATMs, sendo 90 deles com explosivos.

Leia mais em: http://www.valor.com.br/financas/3992126/tentativa-de-evitar-crimes-consome-r-9-bi-dos-bancos

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.