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Caso HSBC: Investigação do Senado americano pode gerar multa de até US$ 1 bilhão por lavagem de dinheiro para traficantes e terroristas.

38.jpgFoi uma renúncia incomum. David Bagley, chefe do departamento de controle do HSBC desde 2002, anunciou que deixará o cargo durante depoimento no subcomitê de Segurança Nacional do Senado dos Estados Unidos, na terça-feira 17, em Washington. O relatório da investigação acusa o banco britânico de ter entre seus clientes narcotraficantes e entidades ligadas ao terrorismo. “É o momento adequado, para mim e para o banco, que alguém novo assuma a posição de chefe do departamento de controle”, disse Bagley em seu discurso aos senadores. Ele permanecerá no cargo até a nomeação de um substituto. A renúncia de Bagley não melhorou muito a situação do banco, que poderá receber uma multa de até US$ 1 bilhão, segundo o jornal londrino Financial Times.

Na mesma sessão em que Bagley renunciou, a presidente da filial americana, Irene Dorner, fez o mea-culpa oficial e pediu desculpas. “Falhamos em uma série de assuntos importantes”, disse Irene. “Reconhecemos que nossos controles deveriam ter sido mais fortes e eficazes, a fim de detectar e lidar com um comportamento inaceitável.” O relatório de 355 páginas concluiu que o banco teria aberto contas nos EUA para filiais que não seguem os parâmetros americanos contra lavagem de dinheiro, incluindo casas de câmbio no México, supostamente usadas como fachada por narcotraficantes, além de estabelecer relações financeiras com estabelecimentos bancários suspeitos de vínculos com organizações terroristas.

A filial mexicana enviou US$ 7 bilhões em espécie para os Estados Unidos. O HSBC teria mantido negócios com o banco saudita Al Rahji, ligado ao financiamento do terrorismo, depois do atentado de 11 de setembro de 2001. Ainda segundo o relatório, o banco teria ignorado alertas sobre muitas dessas transações, que teriam sido realizadas ao longo de uma década. “Na era do terrorismo internacional, da violência vinculada às drogas em nossas ruas e nossas fronteiras e do crime organizado, deter esse fluxo de dinheiro que apoia esses horrores é uma prioridade para a segurança nacional”, disse o senador democrata Carl Levin, que presidiu o comitê de investigação.

Com ativos totais de US$ 2,6 trilhões, equivalente ao PIB do Brasil em 2011, o HSBC é o quarto maior banco do mundo. A filial brasileira também foi citada na investigação. O HSBC Brasil, segundo o relatório, sugeriu manobras que evitassem o controle americano contra algumas operações em países que não podem efetuar transações financeiras nos EUA por serem considerados “patrocinadores do terrorismo”, como o Irã, por exemplo, ou Cuba. O documento não afirma que a operação é ilegal e nem prioriza a questão. É cedo para dizer até que ponto o envolvimento do HSBC com a lavagem do dinheiro ilegal poderá afetar suas operações. Tudo vai depender das punições que possam ser adotadas.

 Nos Estados Unidos, onde no limite o banco poderia ter sua licença cassada, o HSBC tem 20 % de seus ativos. Apesar do barulho e da renúncia de Bagley, não houve pânico de investidores. As ações do HSBC em Nova York foram pouco afetadas. Entre segunda-feira 16 e quarta-feira 18, a queda foi de apenas 1,72% na Bolsa de Nova York. No Brasil, o banco passa por um processo de revisão de estratégia. Recentemente, decidiu concentrar os negócios em clientes de alta renda, diante da enorme concorrência entre as instituições de varejo no País. O HSBC chegou em 1997, com a compra de parte boa do falido Bamerindus, em 1997. Procurado pela DINHEIRO, o banco não se pronunciou sobre as investigações até o fechamento desta reportagem, na quarta-feira 18.

Fonte: Patricia Alves, Istoé Dinheiro

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Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.