Investidor deve prestar mais atenção a taxas de fundos
Para o investidor em renda fixa, o melhor é avaliar as opções diante de juros nominais e reais menores. Qualquer diferencial passa a ser importante e por isso é preciso atenção ainda maior às taxas de administração cobradas em fundos. Os fundos DI passam agora a perder para a poupança, por exemplo, a partir de uma taxa de administração de 2% ao ano (era de 2,5% antes). E, com a provável queda dos juros para 10% ao ano, o ideal é buscar fundos que cobrem no máximo 1,5%.
Já os fundos de renda fixa darão um ganho extraordinário esta semana, por conta do ajuste dos papéis prefixados das carteiras às novas taxas futuras, mais baixas. Mas, a partir de agora, passarão a ter uma volatilidade muito maior, oscilando para cima e para baixo de acordo com a incerteza com a nova política monetária e a confirmação ou não dos cortes previstos pelo mercado nas taxas futuras nas próximas reuniões do Copom.
Como a atividade econômica vai continuar aquecida, os bancos devem seguir pagando taxas atraentes em seus CDBs para os investidores, para obter recursos para emprestar a pessoas e empresas. O ideal, porém, é conseguir taxas pós-fixadas que paguem mais de 90% do CDI.
Para o responsável pela área comercial da Icatu Vanguarda, Bruno Horovitz, os papéis indexados à inflação, tanto de curto quanto de longo prazo, são uma alternativa interessante de investimento. Para ele, a inflação deve ficar acima do centro da meta, de 4,5%, pelo menos nos próximos dois a três anos.
Com isso, as NTNs-B até cinco anos seriam beneficiadas tanto pela elevação do IPCA quanto pela redução aos juros prefixados dos papéis. As taxas dos papéis com vencimento em 2012, por exemplo, vêm caindo desde junho, quando chegaram a atingir 7,19%, alcançando 4,92% no dia 31 de agosto e acumulando uma rentabilidade de 9,92% com a expectativa de uma interrupção no ciclo de aumento dos juros.
Isso fez os preços dos títulos subirem para se ajustar à nova taxa, provocando um impacto positivo para as carteiras compostas por esses títulos quando marcadas a mercado. “As NTNs-B com prazos mais curtos, até cinco anos, podem trazer uma proteção para o investidor, uma vez que vamos trabalhar com níveis de inflação mais altos”, diz.
Já as NTNs-B de longo prazo, como vencimento em 2045, que apresentavam a menor rentabilidade entre esses papéis neste ano, com alta de 5,08%, devem voltar a ganhar atratividade com as apostas de a taxa de juros real no Brasil deve cair no médio e longo prazo. “O Brasil vai ter que convergir para juros internacionais, e os papéis mais longos seriam mais interessantes para capturar esses movimentos”, destaca Horovitz.
Fonte: Silvia Rosa e Angelo Pavini, Valor Economico