Cardamone deixa Santander e assume o Fibra
De saída da vice-presidência do Santander Brasil, Luís Felix Cardamone Neto se apresenta hoje aos funcionários do banco Fibra. O executivo assumirá a presidência do banco controlado pela família Steinbruch, dona do grupo Vicunha.
Bastante bem avaliado pela alta cúpula do Santander, Cardamone deixa o quinto maior banco do país com a missão de colocar nos trilhos a operação do Fibra. Desde 2009, o banco da família Steinbruch estava sob o comando de Antonio Francisco de Lima Neto, ex-presidente do Banco do Brasil.
Em um comunicado enviado ao Valor, o Fibra afirma que a tarefa de Cardamone será transformar o banco que hoje tem R$ 10,3 bilhões em ativos, na “melhor instituição média do país”. Além de Lima Neto, o vice-presidente corporativo Glauco Lima deixou a instituição.
Pela frente, Cardamone tem um banco que está em meio a um projeto de reestruturação. Uma mal sucedida incursão pelo varejo, um movimento que foi reforçado dentro do banco na gestão de Lima Neto, já consumiu mais de R$ 600 milhões em aportes de capital dos acionistas desde 2010.
Agora, em um reposicionamento recente, que também teve início ainda com Lima Neto, o banco quer voltar às origens, concentrando-se nas atividades de crédito para médias empresas e tesouraria. Para isso, decidiu descontinuar as operações de varejo, como financiamento de veículos e crédito consignado.
Só no primeiro semestre deste ano, o banco teve R$ 71,4 milhões de prejuízo. Em recente entrevista ao Valor, Lima Neto afirmou que este é “o momento de se pagar os custos” das operações que o banco decidiu “desmontar”.
Desde o começo deste ano, Benjamin Steinbruch, acionista e presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), está à frente do conselho de administração do banco, liderando a reviravolta na instituição. Segundo o Valor apurou, as negociações com Cardamone foram lideradas diretamente por Steinbruch.
Cardamone chega ao Fibra acumulando experiências tanto no varejo quanto no atacado. No Santander, o executivo tinha agora sob sua responsabilidade diversas áreas voltadas para pessoas físicas. Em seu currículo, porém, traz atuações na área de tesouraria e de crédito a médias empresas, iniciadas 25 anos atrás no Real.
No Santander, seu lugar ficará vago. O banco informou que as atribuições de Cardamone serão redistribuídas entre quatro executivos do banco: Maria Eugênia Lopez (diretora), José Roberto Machado (diretor-executivo), André Novaes e Ronaldo Rondinelli. Dentro da estrutura do banco, Cardamone se reportava ao vice-presidente sênior de varejo, Conrado Engel, vindo do banco HSBC.
A decisão de cortar uma linha de comando do banco se deu também neste semestre com a saída de Lilían Maria Ferezim Guimarães, vice-presidente de recursos humanos. Em vez de colocar outro executivo em seu lugar, o Santander preferiu colocar uma diretora para se reportar diretamente a outro vice-presidente sênior, José Paiva.
Ao mesmo tempo, ao longo deste ano, o banco ganhou dois novos vice-presidentes: Manoel Marcos Madureira (comunicação, marketing, relações institucionais e sustentabilidade) e Carlos Rey de Vicente (estratégia e qualidade).
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