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Captação passa por cessão a bancos e a fundo de recebíveis

Aumento da CaptaçãoMal se recuperavam do contágio decorrente da fraude contábil no Banco PanAmericano, as financeiras independentes sofreram outro golpe no início de dezembro, que mexeu diretamente na sua estrutura de captação: o aumento do compulsório sobre depósitos a prazo e a maior exigência de capital para emprestar a prazos acima de 24 meses. Às vésperas de completar 50 anos de história no Brasil, essas instituições se modernizaram junto com o mercado de capitais e têm, hoje, como uma das principais fontes de financiamento, a venda de créditos não só para bancos como para fundos de recebíveis.

A Omni captou R$ 100 milhões em novembro, por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e conseguiu, assim, ter tranquilidade para atravessar a fase de “vacas magras”, imposta pelo episódio PanAmericano, conta o diretor de gestão, Nelson Rosa Júnior. “A financeira sempre trabalhou casada, em épocas de escassez de recursos o que faz é também diminuir a produção.” Como a cessão de crédito para as instituições de grandes porte ainda não voltou de todo à normalidade, outro fundo está sendo estruturado para depois do Carnaval e a intenção é levantar entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões. “Esperamos que até lá, os fatores que intimidaram o investidor estejam mitigados.”

Um dia antes de o caso PanAmericano vir a público, “nos 44 minutos do segundo tempo”, a Negresco / Credipar levantou R$ 60 milhões, também por meio de um fundo de recebíveis, mas agora estuda outras fontes para diversificar a captação, inclusive no mercado internacional. A instituição já tem se valido da emissão de Letras de Câmbio e do depósito a prazo com garantia especial (DPGE), mas o alto custo desses instrumentos ainda não permitiu trazer a rentabilidade da operação para a meta de 15%, diz o diretor comercial, Marcelo Ferraz de Almeida.

A Oboé tem um limite de cessão de crédito aberto com o Bradesco, mas não chegou a vender ativos para o banco no ano passado, porque a captação via Recibos de Depósitos Bancários (RDB), que têm garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) de até R$ 70 mil por CPF, e por meio de FIDC foi suficiente para tocar a operação, afirma o presidente, José Newton Freitas.

Como o grupo Oboé é bastante conhecido no Ceará – além da financeira e de uma DTVM, tem um centro cultural e investimentos nas áreas de tecnologia e educação -, a captação se dá, principalmente, entre executivos e proprietário de empresas, servidores públicos do alto escalão, integrantes da nata da sociedade cearense. “Mais de 10% das classes ‘A’ e ‘B’ no Ceará investem na Oboé, o que para o nosso tamanho é uma porcentagem significativa, que nos permite ter acesso a bons ativos de crédito”, quantifica o diretor de relações com investidores, Joeb Barbosa

Já a capixaba Dacasa, com um patrimônio de cerca de R$ 100 milhões, vem se financiando, praticamente, com capital próprio, mas sabe que para tocar os planos de expansão previstos para este ano vai ter de recorrer a outras fontes. Segundo o presidente do grupo Dadalto, Antônio Machado, a intenção é abrir 10 lojas, nos Estados da Bahia, Rio e Minas. Apesar de a gestão ter se profissionalizado há cerca de dois anos, com aprimoramento da governança, o mercado de capitais não será o meio. “Há ainda algum caminho para ser trilhando antes de se pensar nisso.”

Fonte: Adriana Cotias, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.