BTG Pactual pode fechar compra do Bamerindus na próxima semana
A compra do Bamerindus pelo BTG Pactual entra na reta final na semana que vem. Uma assembleia de acionistas do banco paranaense marcada para quinta-feira, dia 5, deve selar a operação.
Em janeiro do ano passado, o BTG Pactual anunciou a compra do Bamerindus, que teve sua liquidação judicial decretada em 1998, com o objetivo de aproveitar ativos que estão hoje parados dentro da instituição.
À época, o BTG afirmou que pagaria R$ 418 milhões ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), maior credor do Bamerindus, para ficar com 98% do banco. Segundo fonte a par do assunto, a cifra permanece inalterada após diligência realizada pelo BTG na instituição.
Procurados pelo Valor, BTG e FGC não comentaram o assunto.
Um dos principais ativos do Bamerindus são cerca de R$ 2 bilhões em créditos tributários. O BTG também se interessa pela carteira de créditos em execução judicial.
Quando o negócio foi anunciado, o banco informou que a operação envolveu “a aquisição dos direitos creditórios e ativos detidos pela instituição, que serão utilizados futuramente no contexto das atividades de crédito do BTG Pactual”. Ficou de fora a marca Bamerindus, que pertence ao HSBC.
Os créditos tributários poderiam ser aproveitados para abater o pagamento de impostos do grupo. Até então, esses ativos estavam dormentes no Bamerindus e só poderiam ser ativados depois que o banco saísse da liquidação.
Não é apenas esse, porém, o interesse do BTG. Passada uma década e meia desde a intervenção do Banco Central (BC), a percepção é que o Bamerindus ainda tem uma carteira de crédito em execução judicial valiosa, além de imóveis dados em pagamento por devedores.
A aposta do BTG é que, fora do processo de liquidação, esses ativos possam ser geridos de forma menos engessada, gerando valor.
A compra do Bamerindus viabilizou o pagamento de 100% dos credores. Com o dinheiro, foram pagos o BC, o Tesouro Nacional e o FGC. (Colaborou Talita Moreira)
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