Acordo com Chipre põe crise do euro no radar e bolsas operam em queda
A crise financeira da zona do euro volta a ocupar o centro das atenções nos mercados nesta segunda-feira, com a notícia de que um pacote de socorro de 10 bilhões de euros para o Chipre inclui uma taxação sobre todos os depósitos bancários do país.
Se a proposta for aprovada pelo Parlamento cipriota – a votação poderá ocorrer ainda hoje -, será a primeira vez que uma medida impopular como essa terá sido implementada durante os cinco anos da crise europeia.
O analista Gary Greenwood, da Shore Capital, disse que a proposta tem “visão curta” e traz riscos de pânico disseminado entre os correntistas dos bancos europeus mais fracos. “Portanto é possível que isso possa provocar uma corrida bancária em outros lugares.”
O euro foi duramente atingido pela notícia, chegando a cair para a mínima em três meses frente ao dólar, a US$ 1,2882, enquanto o iene, visto como moeda segura, atraiu compradores e fortalecia-se diante do dólar. O ritmo de queda do euro, no entanto, reduziu-se um pouco nas negociações europeias.
Os juros dos títulos da dívida da Itália e da Espanha dispararam inicialmente, mas depois a tendência também perdeu força. O acordo de ajuda ao Chipre coloca em destaque um leilão de bônus da Espanha, agendado para quinta-feira.
Nas bolsas de valores, as ações de bancos são as que mais recuam. Analistas do Société Générale alertam que os bancos cipriotas estão em situação muito pior do que qualquer outro sistema bancário da Europa.
Por volta de 8h00 (horário de Brasília), a bolsa de Londres caía 1,00%, a de Paris recuava 1,52% e a de Frankfurt cedia 1,23%. O euro perdia quase 1%, para US$ 1,2959.
(Dow Jones Newswires)
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