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UE alerta para risco de caos se Portugal não fizer ajuste

NoticiasA aparentemente inexorável aceitação, por Portugal, de um pacote de socorro ameaça tornar-se um processo prolongado e potencialmente caótico. Líderes europeus advertiram que Lisboa precisa aprovar o recém-rejeitado pacote de austeridade, antes que considerem a possibilidade de oferecer empréstimo emergencial ao país.

Reunidos numa cúpula em Bruxelas, os chefes de governos e altos funcionários da União Europeia (UE) advertiram que Portugal está entrando num período de semanas de incerteza política que poderá deixar o país incapacitado para agir com base em novas medidas orçamentárias da UE e até mesmo para pedir um pacote de ajuda internacional.

“Para que eles peçam que o fundo de estabilidade intervenha, precisam mostrar-se empenhados em, e dispostos a, submeter um novo pacote de austeridade ao Parlamento”, afirmou Mark Rutte, o primeiro-ministro holandês. “Isso será sempre um requisito básico para um socorro europeu”.

Autoridades portuguesas em Lisboa e em Bruxelas, para onde viajaram tanto Sócrates como o líder da oposição, Pedro Passos Coelho, para se reunirem com seus colegas da UE, tentaram exibir uma face confiante, tendo o primeiro-ministro e seu provável oponente numa eleição insistido em que ambos serão capazes de conduzir o país pela atual crise sem recorrer a um socorro.

“É impossível responder a essa pergunta”, afirmou Passos Coelho em uma reunião de líderes de centro-direita antes da cúpula europeia, quando indagado sobre se o país estava a caminho de um socorro. “Espero que Portugal não necessite de um socorro. Essa é a minha esperança”.

Sócrates disse a jornalistas ontem que sua preocupação é defender “Portugal, o projeto europeu e o euro”.

Autoridades expressaram preocupação de que a nova instabilidade política em Lisboa poderá ofuscar os esforços da UE para fortalecer a periferia da zona do euro. A cúpula deverá se concentrar num denominado “grande compromisso” de medidas para restaurar a estabilidade dos países europeus endividados.

Mas a instabilidade política portuguesa ameaça minar esses esforços. A instabilidade também evidenciou a crescente instabilidade política em toda a zona euro.

No norte próspero e menos endividado do bloco, os eleitores estão ficando mais resistente aos apelos de Bruxelas por maior ajuda mútua. Nas economias mais fracas e endividadas na periferia da zona do euro, os governos estão se esforçando para implementar medidas de austeridade.

A implosão de Portugal acontece na esteira da esmagadora derrota eleitoral, no mês passado, do primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, cujo partido, Fianna Fáil, há muito tempo no governo, foi denunciado por aceitar um pacote de socorro da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Além disso, o Partido de Centro, no poder na Finlândia, caiu para o terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto na reta final para as eleições nacionais do mês que vem, atrás de um cada vez mais influente partido eurocético, chamado Finlandeses Verdadeiros. Angela Merkel, a primeira-ministra alemã, foi forçada a renegociar um acordo sobre o novo fundo de socorro – de 500 bilhões de euros (US$ 710 bilhões) para a zona do euro após resistência interna na Alemanha ao adiantamento de grandes contribuições em dinheiro.

Bruxelas foi sede de uma de suas maiores manifestações antiausteridade na memória recente, em torno da sede da UE, palco de escaramuças entre manifestantes que lançaram pedras e tropas de choque que abriram caminho com canhões de água ao longo das principais avenidas da capital.

A polícia estimou em 12 mil o número de manifestantes, mas os organizadores disseram que o número foi mais próximo de 20 mil.

“Houve um voto negativo no Parlamento, mas agora vamos dar tempo ao governo português, às autoridades portuguesas e à democracia portuguesa para resolver essas questões”, afirmou José Manuel Durão Barroso, ex-primeiro português agora presidente da Comissão Europeia, o braço executivo da UE. “Eu acredito que isso será possível”.

Fonte: Peter Spiegel e Joshua Chaffin, Financial Times, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.