Supervisão bancária: Contágio do Cruzeiro do Sul é limitado, avalia BC
Diferentemente do Banco PanAmericano, que tinha relações bilionárias com outras instituições bancárias, principalmente grandes bancos que compravam suas carteiras de crédito e lhe forneciam liquidez, o Cruzeiro do Sul havia se tornado um banco bastante isolado do sistema. Isso explica, em parte, as soluções distintas adotadas pelo BC nos dois casos. No PanAmericano havia temor de contágio, com imposição de perdas a outras instituições caso houvesse uma solução de força. Isso foi um dos fatores determinantes para que não se recorresse a uma medida mais drástica, mas sim a uma solução negociada.
No caso do Cruzeiro, o BC certificou-se de que o banco praticamente não cedia carteira a outras instituições. Sem acesso a funding no mercado, o Cruzeiro vinha cedendo carteiras a fundos em que figurava como único cotista. Dessa forma, a leitura do BC foi que a decretação do Regime de Administração Especial Temporária (Raet) no Cruzeiro do Sul não tinha potencial para causar transtornos tão grandes no mercado. O Raet é a mais branda das três possibilidades de ação do BC, depois da liquidação e da intervenção. Mantém a instituição funcionando, mas está longe de ser bem vista.
Segundo informações do balanço do primeiro trimestre, apenas 2% da captação do banco era de Depósitos Interfinanceiros e 12,3% de cessão de carteiras a outras instituições. Depósitos a prazo de pessoas físicas e jurídicas, a maior parte DPGEs (com garantia maior do FGC), respondiam pela maior parte do funding, com 48,1%. As captações externas, ficavam com 23,5%. Os outros 14,2% vinham de cessões de crédito a FIDCs.
Por outro lado, o BC não recorreu à intervenção seguida de liquidação porque enxergou uma chance de recuperação, ainda que parcial, do ativo. Diferentemente do Morada, que se mostrou inviável no ano passado.
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