Site do governo atacado por hackers custou R$ 11 milhões
O ataque de hackers realizado pelo grupo que se autodenomina “LulzSecBrazil” não causou, a princípio, nenhum estrago financeiro ao invadir os portais “www.presidencia.gov.br” e “www.brasil.gov.br”, usados, em grande parte, para divulgação de material institucional.
A pichação virtual, no entanto, conseguiu escancarar as portas de segurança de projetos digitais que já consumiram milhões do bolso dos contribuintes.
Em março do ano passado, o governo federal anunciou a reformulação do portal institucional “www.brasil.gov.br”. O projeto, tocado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), custou nada menos que R$ 11 milhões.
A empresa contratada para prestar o serviço de reformulação – projeto que não incluía ações de segurança no portal – foi realizado pela agência TV1, que venceu a licitação para renovação do site.
À época, a estreia do novo portal chegou a ser anunciada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante um evento, em Brasília. O site possui mais de 500 serviços. Há áreas de conteúdo para estudantes, trabalhadores, imprensa e empreendedores.
Quando apresentou o portal, o então secretário-executivo da Secom, Ottoni Fernandes Junior, disse que o que seria lançado “não é apenas o redesenho de um site, mas a formulação de uma estratégia de comunicação do país via internet”. Para fazer o projeto, diz Fernandes, a Secom buscou inspiração em iniciativas de outros países, como França e Estados Unidos.
Desenvolvido sobre uma plataforma de software livre, um tipo de sistema que tem o seu código aberto e que pode ser manipulado por qualquer usuário, o “Portal Brasil” contou com o apoio de 200 pessoas durante seu desenvolvimento. A hospedagem do portal está nas mãos do Serpro, empresa de tecnologia do governo federal, por meio de um contrato de mais R$ 7,2 milhões por ano.
Fonte: André Borges, Valor Economico