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Subprime: Títulos que causaram crise nos EUA já não parecem tão ruins

A crença dos investidores de que o pior já passou no mercado imobiliário dos Estados Unidos está reacendendo o interesse nos outrora tóxicos ativos que estiveram no centro da crise financeira.

O preço de alguns títulos de dívida com alto risco de inadimplência e lastreados em hipotecas “subprime” — aquelas outorgadas antes da crise para tomadores com duvidoso histórico de crédito — alcançaram rentabilidade de dois dígitos porcentuais este ano, com um índice bastante acompanhado pelo mercado chegando a 14%.

A disparada atraiu investidores de volta para uma área do mercado de crédito que foi castigada entre 2007 e 2009 e se mostrou volátil desde então.

Essa recente virada conta com alguns administradores de capital abrindo fundos de investimento dedicados à compra desses títulos de alto risco lastreados em hipotecas, na esperança de amealhar lucros gordos, enquanto aguardam uma reviravolta no mercado imobiliário.

O ressurgimento desses títulos garantidos por hipoteca, que foram deixados à míngua durante a crise, mostra como o apetite dos investidores para o risco está voltando, mesmo depois que vários bancos e fundos de hedge perderam dinheiro com títulos semelhantes no ano passado.

Mas, dessa vez, investidores dizem que muitos títulos subprime tornam-se atraentes porque refletem um cenário de catástrofe que talvez não se materialize, ainda que o setor imobiliário continue estagnado.

Os preços de mercado dos títulos subprime representam “suposições extremamente pessimistas de como os tomadores vão se comportar”, disse Jeffrey Wheeler, um gerente de portfólio do fundo Smith Breeden Associates, de Durham, no Estado americano da Carolina do Norte. Títulos de dívida que estão rendendo de 7% a 9% — um alto retorno frente às baixas taxas de juros de hoje — refletem uma alta previsão de inadimplência, e o desfecho pode não ser tão ruim, disse ele.

A regional de Nova York do Federal Reserve, o banco central dos EUA, recentemente vendeu títulos subprime que comprou em 2008 durante o resgate da seguradora American International Group Inc., cujas apostas nas dívidas lastreadas em hipotecas a levaram à beira do colapso. O Fed de Nova York vendeu títulos de dívida com valor de face de US$ 13 bilhões para dois bancos de Wall Street via leilões de grande escala, embolsando mais de US$ 6 bilhões em dinheiro. Os bancos — Goldman Sachs Group Inc. e Credit Suisse Group AG — vêm, por sua vez, revendendo os títulos subprime para investidores, incluindo fundos de hedge, seguradoras e fundos de pensão, que estão procurando garantir altos retornos nos próximos anos.

A mais recente virada nos preços das dívidas de risco lastreadas em hipoteca acontece em meio a uma disparada no mercado de ações e no de títulos de dívida corporativos, propelidos por investidores confiantes que os governantes europeus e os bancos resolverão os seus problemas de dívida sem desestabilizar os mercados financeiros globais.

Em todo caso, alguns analistas alertam que os títulos subprime despencaram no ano passado e podem muito bem cair de novo, especialmente se o cenário econômico nos EUA e a crise europeia piorarem. “O mercado foi duramente golpeado no ano passado,” observa Chandra Bhattacharya, um estrategista do Credit Suisse especializado em ativos lastreados em hipotecas residenciais.

Títulos como os que o Fed de Nova York vendeu são garantidos por pagamentos de grandes grupos de empréstimos imobiliários outorgados no auge do boom do setor nos EUA para pessoas de crédito duvidoso. Muitos desses tomadores atrasaram-se nos pagamentos dos empréstimos ou ficaram inadimplentes nos últimos anos. Alguns grupos de empréstimos tiveram índices de inadimplência acima de 40%, a principal razão pela qual muitos títulos subprime são negociados por uma fração do seu valor de face, e os seus detentores não recuperarão a totalidade do principal, apesar da valorização recente.

Mesmo assim, a preços correntes, investir em certos títulos subprime traz “um risco limitado e um retorno talvez substancial”, disse Joe Walsh, presidente do Amherst Securities Group, uma corretora centrada em dívidas de hipoteca. Desde que o mercado imobiliário começou a cair, os preços de imóveis nos EUA despencaram cerca de 33%, e muitos economistas esperam uma queda de até 5% ou mais.

“A probabilidade de um colapso no setor imobiliário ou outra queda significativa diminuiu”, diz Joshua Anderson, um gerente de portfólio do Pacific Investment Management Co. ontribuiu Al Yoon.)

Fonte: Serena NG, WSJ, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.