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Santander, Itaú e Bradesco avaliam Credicard, do Citi

Santander e Bradesco são dois bancos que avançaram no processo para tentar comprar a Credicard das mãos do Citi. O banco americano tem conduzido um processo acelerado para concluir a venda do braço de cartões de crédito Credicard e da promotora de vendas Credicard Financiamentos até o fim deste mês, conforme antecipou ontem o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor. A ideia é que o resultado da venda já tenha um impacto positivo sobre o balanço do Citi do primeiro trimestre. Os dois ativos são avaliados em torno de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão.

Propostas preliminares de preço foram entregues ao Citi nas últimas semanas depois da avaliação de um conjunto de dados bastante limitado. Um grupo restrito de instituições foi selecionado para acessar o chamado “data room” a partir de agora, segundo fontes a par da transação. Esse grupo seria de cerca de três bancos e inclui ao menos Santander e Bradesco. O Itaú Unibanco e o Banco do Brasil também avaliaram os números. O BTG Pactual tentou negociar com exclusividade com o Citi, mas o banco americano preferiu que o processo concorrencial fosse mantido. O BTG apresentou, então, sua proposta, mas pode não ter passado para a próxima etapa.

Procurado, o Citi informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não comenta rumores”. Os demais bancos não quiseram comentar.

Depois de ter acesso aos números detalhados da operação, os interessados formularão as propostas definitivas. Todo esse processo até a conclusão da transação precisa ocorrer em pouco mais de três semanas para que o prazo desejado pelo Citi seja cumprido.

Inicialmente, pensou-se que a venda envolveria apenas a unidade de cartões Credicard. No entanto, o Citi aproveitou a oportunidade de atrelar ao negócio outra operação bem menos desejada pelos bancos, a sua promotora de vendas, com cerca de 100 lojas de rua. A antiga Citi Financial, que tinha uma marca de baixo apelo e difícil compreensão pelo público, passou a se chamar Credicard Financiamentos há alguns anos e foi integrada à área de cartões, criando a divisão de financiamento ao consumo.

Se conseguir vender os dois negócios, o Citi sairá totalmente do varejo de menor renda no país, ficando apenas no varejo de alta renda e no banco de atacado, para atendimento a empresas.

De acordo com um executivo a par do tema, a inclusão da financeira no pacote moderou o apetite dos interessados, que terão que avaliar se compensa levá-la para ficar com a Credicard e sua base de cerca de 2,5 milhões de cartões (o Citi tirará da Credicard os cartões com a marca Citi, de seus clientes do banco). Esse número de plásticos representa cerca de 4% do mercado brasileiro de cartões de crédito, uma fatia relevante para qualquer participante. Sem contar que a marca Credicard é muito tradicional no mercado brasileiro, tendo sido sinônimo de cartão de crédito durante muitos anos quando o segmento ainda dava seus primeiros passos.

Por ora, no entanto, ninguém conhece a fundo os números da Credicard Financiamentos para avaliar ao certo. O que se sabe é que a operação tem muitas lojas e funcionários e não passou por uma reestruturação. Ou seja, ficaria a cargo do eventual comprador fazer os ajustes necessários. O fato é que os grandes bancos do país de forma geral se deram mal no segmento de financiamento ao consumo com lojas de rua e, paulatinamente, encerraram essas operações. Foi o caso de Fininvest e Taií, do Itaú Unibanco; Finasa, do Bradesco e Aymoré, do Santander.

Para pessoas a par das conversas, a operação faria bastante sentido para Bradesco e Santander. O banco espanhol poderia, ao anunciar uma aquisição de porte, afastar rumores recorrentes – e já negados pela instituição – de venda da filial brasileira. Para o Bradesco, poucas oportunidades de aquisição de porte considerável se apresentaram desde que o banco perdeu a liderança entre os bancos privados para o Itaú. Analistas têm dúvida sobre o interesse do Itaú na aquisição da Credicard, mas o banco costuma ser discreto e já surpreendeu outras vezes, como quando fechou negócio com o banco BMG, de crédito consignado, no ano passado. Vale lembrar que o Itaú já foi um dos acionistas controladores da Credicard no passado, ao lado do próprio Citi e do Unibanco.

Em dezembro, o Citigroup anunciou que demitirá 11 mil pessoas pelo mundo, sendo que mais da metade dos cortes virá das operações de varejo. O Brasil, porém, não foi citado entre os países cujos negócios seriam vendidos.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

2 thoughts on “Santander, Itaú e Bradesco avaliam Credicard, do Citi

  • Sou funcionário da Credicard e acredito que realmente será vendida pois os gerentes aqui em SP falam sobre o assunto constante.
    Além do mais a Credicard ganha rios de dinheiro e nos funcionários mal ganhamos para pagar as contas…

  • Jefferson Santos

    E mais uma vez o Banco Itaú surpreende a todos com a compra da marca Credicard, deixando para trás os dois maiores interessados que eram o Bradesco e Santander. Nesta quinta-feira 09/05/13, com aproximadamente R$3 bi, o banco Itaú bateu o martelo levando a marca registrada de cartões de crédito no Brasil e consolidando seu “poder de investimentos” entre os bancos privados do país.

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