Plano para banco BVA tem adesão de 60%
Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da rede de concessionárias Caoa, conseguiu até agora a adesão de credores que detêm 60% da dívida do banco BVA, disseram pessoas a par da operação. A instituição está sob intervenção do Banco Central desde outubro do ano passado.
Caoa, como o empresário é conhecido, é um dos principais credores do BVA e lançou um plano para comprar o banco, na tentativa de recuperar os cerca de R$ 500 milhões investidos.
Para isso, o empresário propõe aos credores um deságio de 65% sobre seus créditos. A proposta precisa ser aceita por detentores de papéis que representem cerca de 95% da dívida da instituição. O tamanho do desconto tem encontrado resistência entre alguns credores, o que pode levar o BVA à liquidação.
Segundo o Valor apurou, em apresentações feitas a credores, o Brasil Plural – banco de investimento que assessora Caoa – tem mostrado que estima o passivo a descoberto do BVA em R$ 2,7 bilhões. Por isso, só com um deságio de 65% o rombo poderia ser zerado. A partir disso, Caoa está disposto a colocar mais dinheiro para fazer o banco voltar a operar.
O número levantado pelo Brasil Plural é maior do que o R$ 1,5 bilhão inicialmente estimado por uma auditoria conduzida recentemente pela PwC.
Para chegar aos R$ 2,7 bilhões, o Brasil Plural tem explicado a credores que fez uma avaliação da qualidade dos créditos que o BVA tem em balanço. Em alguns casos, encontrou empresas que estão classificadas no balanço da instituição com notas de risco superiores às reais, inclusive em processo de falência ou recuperação judicial.
O valor dos imóveis que estão no balanço do banco também foi checado pelos assessores de Caoa. Para alguns terrenos, a equipe concluiu que estavam superavaliados, o que reduz o tamanho do ativo do banco.
O volume de credores que deram o sinal verde ao plano mostra que dificilmente o empresário conseguirá atingir 95% de adesão até hoje. O empresário tem até segunda-feira para entregar uma proposta ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
A tendência, segundo o Valor apurou, é que Caoa peça uma prorrogação do prazo ao FGC, maior credor do banco, para buscar a aceitação de mais credores ao plano.
Uma série de fundos de pensão também estão envolvidos nas negociações, que são cotistas de fundos de créditos originados pelo BVA. Com essas entidades, discute-se a criação de um novo fundo com os ativos já existentes. A diferença é que o nível de subordinação do BVA seria reduzido. Cotas subordinadas servem para absorver eventuais perdas que os cotistas seniores sofram.
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Os recursos aplicados dos Fundos Pensões e RPPS são oriundos de Contribuições Previdenciários! Pergunto, existe amparo legal para os gestores renunciarem receitas previdenciárias, mesmos estas estando aplicadas em fundos responsabilidade e responsabilidade dos Gestores públicos será enquadrada na Lei de Improbidade Administrativa?
A “renúncia” foi feita em dois momentos: quando resolveram aplicar no BVA e quando foi decretada a intervenção. Ao aceitarem o deságio, os interventores, estarão recuperando algo…e não renunciando…