Para Pactual, compra do PanAmericano representa entrada no varejo
A compra do banco PanAmericano representa a oportunidade de o BTG Pactual, hoje com o foco em atacado e negócios, crescer em um novo segmento: o varejo. Ainda existem, no entanto, algumas dúvidas em relação ao acordo firmado, especialmente no que se refere à dívida de R$ 3,8 bilhões que o banco de André Esteves assumiu ao comprar a participação de Silvio Santos no banco por R$ 450 milhões, analisa o economista Erivelto Rodrigues, da Austin Rating.
“Como negócio, a compra do PanAmericano é uma boa estratégia. O Pactual tem foco em atacado e negócios. A partir de agora, poderá abrir mais uma porta de atuação”, afirma Rodrigues.
O PanAmericano tem forte atuação em financiamento de veículos e liberação de crédito pessoal e consignado, segmentos que tendem a crescer em função do aumento de renda da população, notadamente as classes C e D. “Vai ser importante para o Pactual penetrar no varejo.”
O economista ressalta, porém, que, como ainda não está clara a forma definida para o pagamento da dívida, não é possível fazer uma avaliação mais precisa do negócio. “Se o pagamento for feito realmente em 17 anos será muito caro”, diz. O Pactual tem até 2028 para liquidar a dívida, pagando correção de 13% ao ano. Se decidir levar a dívida até o prazo final, terá pago R$ 3,8 bilhões ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Se resolver liquidar o débito amanhã, por exemplo, o fará por R$ 450 milhões.
Fonte: Por Geovana Pagel, Istoé Dinheiro