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Operador Kweku Adoboli, causa prejuízo de US$ 2 bilhões ao UBS

O UBS AG foi sacudido na manhã desta quinta-feira pela revelação de que um operador causou um rombo de cerca de US$ 2 bilhões na instituição. A notícia foi divulgada horas depois de a polícia britânica ter detido uma indivíduo por suspeita de fraude.

Uma pessoa familiarizada com o assunto disse que o detido é Kweku Adoboli, operador da mesa de fundos de índice (“exchange-traded-fund”, ou ETF) do UBS em Londres. A polícia britânica confirmou a detenção de um homem de 31 anos de idade em Londres, por “suspeita de fraude por abuso da posição” às 3h30 da madrugada de quinta, mas não revelou sua identidade.

Segundo a Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido, Adoboli tinha autorização para trabalhar nas bolsas desde março de 2006. Em seu perfil no LinkedIn, consta que é um diretor na mesa de fundos de índice do UBS, numa unidade chamada Delta1 Trading. Antes disso, fora analista de operações no banco. Não está claro se Adoboli ainda trabalha na instituição, segundo uma pessoa com informações sobre a situação.

O UBS descobriu a imenso rombo na tarde da quarta-feira e ainda está trabalhando para garantir que todas as posições sejam fechadas, segundo uma pessoa a par da situação. Embora o banco tenha dito publicamente que as perdas totalizavam US$ 2 bilhões, uma fonte a par do assunto disse que o total iria de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões.

Seja como for, o novo baque levanta sérias dúvidas sobre os sistemas de gestão de risco do UBS — apenas três anos depois de o banco de investimento da instituição ter dado baixa em US$ 50 bilhões em operações com valores mobiliários.

A autoridade financeira suíça, a Finma, o Ministério das Finanças do país e o banco central suíço não quiseram se manifestar sobre o possível prejuízo ou suas prováveis causas. O UBS disse estar em contato com autoridades bancárias suíças e britânicas.

Para analistas da Espírito Santo Investment Bank, o rombo parece administrável, embora não contribua para o clima e a confiança na gestão de risco do banco. Em janeiro de 2008, o francês Société Générale SA engoliu um prejuízo de cerca de € 4,9 bilhões (US$ 6,74 bilhões) devido a uma série de operações feitas por um funcionário.

A notícia é um sério revés para campanha do presidente do UBS, Oswald Grübel, para fazer o cliente voltar a confiar em um banco que teve de ser socorrido pelo banco central suíço em 2008. Reerguer o banco de investimento é uma das grandes prioridade de Grübel desde que assumiu o leme, em fevereiro de 2009. Ainda assim, vem sendo difícil dar grandes retornos sem assumir um alto grau de risco em operações.

Devido à imensa baixa ligada a operações no mercado, o banco de investimento perdeu 34,4 bilhões de francos suíços (US$ 39,28 bilhões) em 2008 e fechou grandes áreas de sua divisão de trading. Além disso, iniciou uma revisão geral de seus sistemas de gestão de risco. Embora bancos se valham desses sistemas para tentar impedir operações não autorizadas, e avaliem diariamente a carteira de operações, esse tipo de perda há muito assombra o setor.

O episódio deve deflagrar um novo debate na Suíça sobre o papel de operações de banco de investimento no UBS e num conterrâneo, o Credit Suisse Group. Desde a crise, políticos e comentaristas suíços vêm instando autoridades a forçar as duas grandes instituições a encolher ou até a desmembrar o braço de banco de investimento para se concentrar em grandes operações de gestão de patrimônio, em geral bem menos arriscadas.

Fonte: Debora Ball, The Wall Street Journal

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.