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O sonho de muitos usuários: um híbrido de iPhone e BlackBerry

Enquanto faz malabarismos com dois smartphones, enviando e-mails com um e twittando fotos com outro, Mary Alice Stephenson muitas vezes pensa: “Por que o iPhone e o BlackBerry não têm um bebê?”.

Stephenson, consultora de moda e estilo em Nova York, tentou usar só um telefone de cada vez. Ela gosta da facilidade de digitar no teclado do BlackBerry, mas também adora as ferramentas de compartilhamento de fotos na tela sensível ao toque do iPhone.

Alguns meses atrás, ela abandonou o BlackBerry para ficar só com o iPhone. Mas ficou frustrada rapidamente com o teclado virtual do smartphone da Apple e sua função de autocorreção. Então, apesar do incômodo, ela agora sempre carrega os dois.

Os smartphones com tela sensível ao toque, dos modelos da Apple Inc. até os da Samsung, são os líderes da indústria. A maioria dos usuários conseguiu se adaptar à dificuldade de enviar e-mails e textos em um teclado virtual e se sente atraída por esses smartphones por causa de recursos como melhor navegação na web, a qualidade da câmera e o tamanho da tela.

Mas muitas pessoas se mantêm atadas ao BlackBerry pela facilidade de enviar e-mail e mensagens de texto com um teclado físico ‘qwerty’. Embora a fabricante do BlackBSerry, a canadense Research In Motion Ltd., tenha visto sua participação de mercado encolher ao longo dos últimos dois anos, muitos empregadores continuam preferindo a rede segura usada pelos BlackBerrys.

Atualmente, existem 78 milhões de assinantes do BlackBerry no mundo inteiro, e a RIM informa que a grande maioria das 500 maiores empresas no ranking da revista “Fortune” oferece BlackBerrys aos seus empregados.

Em vez de abandonar um telefone ou outro, um exército de profissionais fanáticos de multimídia concluiu: Por que não ficar com os dois?

Carregar dois telefones pode ser irritante e apresenta desafios logísticos. Em primeiro lugar, onde colocá-los? Eles pesam em bolsos e bolsas. E há a dor de cabeça de ter de levar sempre dois tipos de carregadores e garantir que os dois telefones sejam recarregados. Também são dois números de telefone diferentes com duas operadoras separadas para administrar, o que muitas vezes significa pacotes e tarifas distintas.

E há ainda a preocupação com a imagem. Amanda Slavin, 26 anos, diretora de marketing e eventos de uma rede de restaurantes em Nova York, está acostumada com os olhares estranhos que recebe cada vez que pega seu BlackBerry. Ela automaticamente se justifica. “Também tenho um iPhone”, diz ela.

Slavin diz que as pessoas veem seu BlackBerry como algo ultrapassado, e ela concorda com essa visão até certo ponto. “Não é realmente muito prático para qualquer outra coisa além do e-mail”, diz ela. Mas seu BlackBerry lida com seus e-mails de trabalho muito rápido, diz ela. Outra coisa importante: ela consegue digitar nele sem olhar o teclado. Além disso, ela gosta do recurso de mensagens instantâneas, conhecido como BBM, além do calendário, que sincroniza com seu PC no trabalho.

Já seu iPhone faz todo o resto. Slavin faz nele suas ligações, envia mensagens de texto, acessa sua conta pessoal do Gmail e navega a internet. Ela também acessa suas redes sociais, incluindo o Facebook, pelo iPhone, que considera uma ferramenta perfeita para esse fim. Além disso, diz ela, “o iPhone é tão bonito.”

Os dois telefones “realmente se complementam muito bem”, diz Allen Adamson, diretor-gerente da empresa de marcas nova-iorquina Landor Associates, outro adepto do uso conjunto do iPhone e BlackBerry.

“Ter dois aparelhos é muitas vezes uma solução mais potente”, diz Adamson. “Se você está enviando uma tonelada de e-mails, é muito difícil usar o iPhone a menos que você seja muito, muito rápido ou tenha 15 anos de idade.”

Frank Boulben, diretor de marketing recém-nomeado da RIM, diz que está ciente do fenômeno de dois telefones, e observa que muitos empregadores desativam aplicativos que não consideram essenciais nos BlackBerrys de empregados. Os usuários não estão tendo uma experiência completa com o BlackBerry, diz ele. “Com o BlackBerry 10, vamos tentar trabalhar com esses indivíduos de maneira diferenciada” , diz Boulben, se referindo à próxima linha de telefones da RIM, cujo lançamento é esperado para o próximo ano.

“Seria muito mais conveniente gerenciar todos os aspectos da sua vida pessoal e profissional no mesmo aparelho”, diz Boulben, acrescentando que a RIM está planejando uma série de inovações para ajudar os usuários a fazer isso. Um porta-voz da Apple não respondeu imediatamente a um pedido para comentar o assunto.

Para os preocupados com o visual, é improvável que os elegantes modelos da Samsung ou o iPhone sejam mal vistos como acontece com o muitas vezes volumoso BlackBerry.

“Eu escondo meu BlackBerry a não ser que eu realmente precise usá-lo”, diz Stephen Matyasfalvi, 38, um consultor de negócios de Toronto. “Na hora de escolher um aparelho para navegar a web, telefonar, etc., é sempre o iPhone, e não o BlackBerry. Não se trata de parecer mais moderno com o iPhone, eles simplesmente são muito melhores!”

O marido de Matyasfalvi, Matti Gidilevich, também usa um iPhone e um BlackBerry, depois de passar vários anos mudando de um para outro. Gidilevich, que tem 35 anos e é diretor do escritório da Elite Model Management em Toronto, divide seu tempo entre aquela cidade e Nova York e distribui tarefas entre os dois telefones. Ele usa o BlackBerry para email, e tira fotos e visita os sites de redes sociais com o iPhone.

Para um casal com quatro telefones, existem vários aborrecimentos. Quando um telefone toca, eles têm de verificar todos os quatro. A mesinha de cabeceira está empilhada com telefones e carregadores.

“É a natureza do trabalho que fazemos”, diz Matyasfalvi. “Nós dois precisamos manter contato com clientes e amigos, então por enquanto vamos aturar isso.”

Quando saem para jantar com amigos, Matyasfalvi e Gidilevich se esforçam para não levar os telefones à mesa. Mas não por educação. Eles fazem isso para não ser gozados pelos amigos. Quatro telefones sobre a mesa ocupam um monte de espaço e acaba atraindo uma atenção indesejada.

“Os amigos se queixam: ‘O que vocês estão fazendo? Parece que fazem parte do Serviço Secreto’, ou ainda, ‘É aqui a central de comando?'”, diz Matyasfalvi. “Então, nós decidimos deixar [os telefones] de fora.”

Na verdade, o ridículo faz parte da vida de muitos usuários de dois telefones. Yousaf Khurshid, gerente de vendas no Canadá do fabricante de roupas United Leg Wear, viaja regularmente entre o Canadá e os Estados Unidos. Ele envia e-mails com seu BlackBerry da empresa e fotografa espaços de varejo com o iPhone pessoal.

“Isso me deixa louco e é bastante ridículo”, disse Khurshid, 32, sobre o constante malabarismo ente dois telefones. “As pessoas me chamam de Dados. Eles dizem: ‘E aí, Dados?’. Eu simplesmente continuo escrevendo meu e-mail.”

Outro desafio é que, para usuários de aparelhos múltiplos, é mais difícil se desconectar da tecnologia. Algumas vezes, Matyasfalvi e Gidilevich tentaram desligar completamente todos os quatro telefones. “Nós tentamos”, diz Matyasfalvi. “Dura uma hora.” (Colaborou Elizabeth Holmes.)

Fonte: Will Connors, WSJ, Valor

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.