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O estado de compliance regulatório e como empresas de grande porte enfrentam novos desafios

Em março de 2014, a Grant Thornton divulgou o resultado de uma pesquisa que teve como objetivo identificar como departamentos de auditoria interna de empresas de grande porte enfrentam novos desafios relacionados à compliance regulatório e gestão.

A pesquisa demonstrou que, mesmo após doze anos em vigor, a Lei Sarbanes-Oxley de 2002 (SOX), representa até hoje um marco regulatório no mundo corporativo, tanto para empresas listadas quanto para auditores. Cinquenta e um porcento (51%) dos entrevistados consideram questões relacionadas à SOX importantes para sua organização. Acontece que a importância dada a SOX é o resultado de monitoramento constante pela comissão de valores mobiliários americana (SEC) onde as penalidades por não cumprimento são severas, desde expulsão de listagem na bolsa até multas milionárias e condenações a prisão. 

Dentre os requerimentos da lei, está a exigência de relatórios periódicos junto à comissão de valores mobiliários (SEC) para reportar alterações significativas nos controles internos de empresas de capital aberto, incluindo ações corretivas e fraquezas materiais identificadas.

A pesquisa da Grant Thornton também demonstrou que quarenta e cinco porcento (45%) dos entrevistados afirmaram que esse foco crescente em compliance, tem gerado efeitos positivos na governança da empresa, tendo em vista a redução de custos relacionados à duplicidade de controles internos, bem como redução de custos operacionais em razão da mitigação de riscos que afetam ao resultado financeiro, melhora nas tomadas de decisão (com adequação à legislação), …, e diversos aspectos que favoreceram ao equilíbrio entre conformidade e desempenho empresarial. 

Entretanto, apesar do efeito positivo, a pesquisa também demonstrou que o foco em compliance despriorizou questões estratégicas, financeiras e operacionais dentro da organização principalmente por conta de restrições orçamentarias. 

Adicionalmente, a pesquisa revelou que departamentos de auditoria interna estão utilizando uma quantidade desproporcional de recursos em atividades de compliance. Isso certamente resulta em perda de oportunidades. 

O maior desafio hoje para equipes de auditoria é alavancar atividades de compliance para gerar valor agregado. Oportuno se faz, então, repensar os modelos de gestão que não contemplam uma abordagem multifuncional em relação à compliance e questões estratégicas, com a necessária adoção de medidas éticas e de conduta, e principalmente a implantação de controles internos que contemplem todas as atividades relacionadas com o setor público.

Fonte: R7, por Cynthia Catlett é Sócia de Forensic Investigation & Dispute Services da Grant Thornton do Brasil.

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.