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O celular virou meio de pagamento

Até o fim de 2015, pouco mais da metade dos celulares vendidos no país deverá ser smartphones, segundo estimativas da Anatel. Isso traz uma nova e crescente realidade — boa parte dos brasileiros carregará a internet no bolso, podendo realizar qualquer atividade, desde uma pesquisa de preços até a compra de um produto.

Algumas empresas já acordaram para o fato e estão adaptando seus sites de comércio eletrônico ou mesmo criando seus próprios aplicativos para o chamado m-commerce (sigla para comércio móvel, em português). Ainda não há no Brasil uma tecnologia padronizada para o pagamento de compras por celular, mas o potencial do mercado não pode ser ignorado. A seguir, conheça o funcionamento de três sistemas mais acessíveis aos donos de pequenas e médias empresas.

Site de bolso

Qualquer loja online pode ser acessada por um celular conectado à internet. O mais indicado, no entanto, é adaptar os sites de comércio eletrônico para exibir seu conteúdo numa telinha que, na maioria dos casos, cabe na palma da mão. Não adianta simplesmente transportar para o telefone o site que funciona no computador.

O ideal é adaptá-lo ou fazer um novo, considerando as limitações da navegação pelo celular. “Nas vendas pelo celular, é recomendável que o cliente não tenha de passar por mais de quatro telas entre o primeiro clique e o fechamento do pedido”,  diz Mario Mello, presidente no Brasil do PayPal, empresa americana de pagamentos online. “O consumidor desiste se o site demorar muito para carregar.”

Recentemente, uma pesquisa da empresa holandesa TI Adyen mostrou que o número de consumidores que entra numa loja virtual pelo celular e efetivamente fecha um pedido é 30% maior nos sites adaptados do que naqueles sem nenhum tipo de adaptação. Segundo o estudo, a maior parte das vendas globais na internet móvel no ano passado foi feita usando iPhones (57%).

Em seguida, vieram iPads (25%), dispositivos com o sistema Android (14%) e smartphones da BlackBerry (4%).  O mais indicado é que os sites no celular tenham ícones grandes, textos curtos e poucos links atrapalhando a navegação. “Para dar conta da diversidade, é interessante criar versões de sites para telas pequenas, intermediárias e grandes”, diz Mello.

Um bom caminho para escolher que informações devem entrar num site para celular é se colocar no lugar do usuário. Como atrair a atenção de alguém que acessa a internet para fazer compras pelo telefone enquanto está na fila do banco ou no consultório médico? “Páginas com a história da companhia provavelmente não têm utilidade nenhuma se o objetivo é vender”, diz André Bianchi, diretor da GV8, empresa paulista especializada em adaptação de sites móveis.

Não faz muito tempo, adaptar um site para o celular podia custar mais de 20.000 reais. “Hoje em dia, o custo já caiu bastante”, diz Bianchi. “Alguns fornecedores fazem o serviço por cerca de 5.000 reais.”

Uma alternativa ainda mais barata é fazer apenas algumas adaptações na página do site que os consumidores acessam para fazer o pagamento. O intermediador de pagamentos online PagSeguro, do UOL, anunciou recentemente que seu sistema foi adaptado para telas sensíveis ao toque, como as do iPhone e iPad. O PayPal, por sua vez, criou um aplicativo para oferecer essa opção.

Torpedo pago

Desde o ano passado, quando fundou o Viagem Mania, site de Porto Alegre especializado na venda de pacotes de viagens, o gaúcho Rodrigo Noll, de 23 anos, oferece aos clientes a opção de pagar pelo celular. Ele usa tecnologia fornecida pela operadora de pagamentos online Paggo.

Funciona assim: para pagar pelas compras, os clientes precisam digitar o número do celular num local indicado no site. Em seguida, eles recebem uma mensagem de texto solicitando a confirmação do pagamento por meio de uma senha. Dessa forma, o consumidor é poupado do aborrecimento de preencher um punhado de dados pessoais, incluindo números de cartões de crédito e outras senhas de segurança.

“Hoje, cerca de 2% das vendas do Viagem Mania são fechadas por meio da Paggo”, diz Noll. Sua estimativa é que as receitas da empresa fechem em 1,5 milhão de reais neste ano.

A vantagem do pagamento por SMS é a abrangência. Há muito mais usuários com celulares com recursos para enviar torpedos do que com aparelhos com internet. Os modelos de smartphones com suporte à conexão 3G, por exemplo, ainda são menos de 20% do total de 256 milhões de telefones móveis em uso no Brasil, segundo a Anatel.

Para os lojistas, as taxas cobradas nos pagamentos feitos com SMS são mais baixas do que as das transações convencionais de cartão de crédito. A desvantagem é que o Paggo só está disponível, por enquanto, para clientes da operadora de telefonia Oi que tiverem um cartão de crédito específico do Banco do Brasil, onde são debitados os pagamentos.

No caso dos empreendedores, a tecnologia pode ser usada para recebimentos por qualquer um que tenha uma maquininha da Cielo. Existem hoje 23.000 lojistas usando o sistema. “Grande parte dos comerciantes que oferecem o serviço trabalha com entregas em domicílio e vendas porta a porta ou representantes comerciais que vendem para pequenos varejistas”, diz Renato Silva, diretor de marketing da Paggo.

Todo do meu jeito

Algumas empresas podem ter a necessidade de desenvolver seus próprios sistemas para receber contas pelo celular. É o caso da 4Bio, distribuidora paulista de medicamentos especiais, fundada pelo economista André Kina, de 40 anos. As regras da Anvisa exigem que para cada remédio vendido a empresa guarde uma cópia da receita prescrita pelo médico. “Muitos clientes se esquecem de mandar a cópia da receita ou não sabem como enviá-la pela internet”, afirma Kina. “Acabamos perdendo muitas vendas”.

Recentemente, Kina teve a ideia de criar um aplicativo para celular. O objetivo era facilitar a vida dos clientes que poderiam usar a câmera do aparelho para anexar a foto da prescrição. Ele contratou uma empresa de tecnologia que cobrou 150.000 reais para desenvolver o sistema.

O novo aplicativo entrou em operação há dois meses, e já é usado em 2% das vendas da 4Bio — a empresa estima fechar 2012 com um faturamento de 65 milhões de reais. “Até agora, ninguém que fez compras pelo celular deixou de mandar a receita”, afirma Kina. “A praticidade do sistema tem potencial para atrair muitos clientes.”

Uma das vantagens desse tipo de aplicativo é que, depois de baixado pelo cliente no smartphone, o programa permanece instalado no aparelho. “Se o consumidor ficar satisfeito com a primeira compra, o meio de pagamento estará sempre à mão”, afirma Hugo Costa, gerente no Brasil da empresa de pagamentos americana ACI Worldwide.

Por outro lado, o preço para desenvolver um aplicativo próprio pode ser alto demais. “O cliente também pode não se sentir à vontade para realizar o pagamento por meio de um programa que acabou de conhecer”, diz Costa.

Fonte: Camilla Ginesi, da 

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.