Maioria dos paulistanos quer evitar novos financiamentos, diz FecomercioSP
A maioria dos paulistanos (85,8%) não tem intenção de contrair financiamentos nos próximos três meses, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O restante dos moradores da capital paulista se divide entre os que não responderam ou não sabem (2%) e os que pretendem abrir crediários (12,2%).
Os números estão na Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (Prie), que começa a ser divulgada mensalmente pela FecomercioSP. A instituição fez 2.200 entrevistas na Capital nos meses de junho, julho, agosto e setembro e divulgou os resultados do último mês.
A pesquisa aponta também que 44,7% dos paulistanos têm algum tipo de aplicação financeira. Em junho, este número era de 39,7%, passando para 41% em julho e para 38,3% em agosto. Dentro do grupo de paulistanos que aplicam seu dinheiro, a maioria (75,2%) tem como principal opção a poupança. Na sequência, vêm aplicações em renda fixa (16,5%), previdência privada (4,2%), ações (1,7%) e outras ou não sabem/não responderam (2,4%). Em agosto, 82,5% dos entrevistados pertencentes a esse grupo aplicavam dinheiro na caderneta. De acordo com a FecomercioSP, tem aumentado o número de famílias que buscam aplicar o dinheiro em renda fixa – em agosto, essas aplicações respondiam por 7,5% do total.
Famílias endividadas
De acordo com a FecomercioSP, 51,7% das famílias na capital paulista disseram estar endividadas em setembro. Entre as famílias paulistanas que declararam estar endividadas, 38,3% tinham alguma aplicação em setembro. A porcentagem é superior aos resultados de junho (33,3%), julho (37,5%) e agosto (34,0%). Entre as não endividadas, a porcentagem dos que têm alguma aplicação também subiu, passando de 48,3% em junho para 44,4% em julho, 44,8% em agosto e 51,7% no último registro.
“Os dois grupos mostraram aumento da propensão a poupar. Ainda assim a propensão ou capacidade de poupar das famílias é muito baixa, se comparada à necessidade do País. Se a análise for feita com base no tipo de carteira, o grau de investimentos de risco (ações) e de maturação de longo prazo é praticamente zero, muito abaixo de economias como a americana, europeia ou a japonesa”, mostra o estudo.
A conclusão da FecomercioSP é de que o risco de inadimplência inerente ao mercado de crédito “está pautado pelas condições de emprego e renda (ora mantidas no Brasil)” e também pela existência de “um colchão de recursos por parte dos devedores”. Em setembro, de acordo com a FecomercioSP, este risco diminuiu, quando se considera o aumento na proporção de paulistanos que estão poupando dinheiro, tanto entre os endividados quanto entre os não endividados.
Fonte: Beatriz Bulla, da Agência Estado