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Novos negócios aquecem área de TI

Frentes de negócios no mercado de tecnologia da informação (TI) forçam a abertura de vagas e criam novas carreiras em áreas como computação em nuvem, programação em linguagem web, business analytics (BA), desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis e mídias sociais. Um estudo da consultoria IDC indica que somente o setor de computação em nuvem deve gerar 14 milhões de empregos em todo o mundo até 2015. No Brasil, empresas de TI têm posições abertas para média gerência ou superior em unidades de negócios criadas há pouco mais de um ano.

Para Gustavo Tavares, da consultoria Search RH, a velocidade de inovação no mercado acelera a demanda por profissionais com conhecimentos em tecnologias específicas. “Espera-se que esses talentos estejam familiarizados com as novas ferramentas e ajudem seus clientes a antecipar movimentos de melhoria de performance e de substituição de processos antigos”. De acordo com Rodrigo Souto, gerente de recrutamento da IBM Brasil, há posições abertas para gerentes e profissionais seniores como consultores e arquitetos de sistemas em diretorias recém-criadas como a de BA. Nela, trabalha-se com análise de mercado a partir de dados compartilhados por usuários de redes sociais.

A BRQ, companhia de serviços de TI com 2,9 mil funcionários, está contratando profissionais com experiência em computação em nuvem e mobilidade, departamentos estruturados há pouco mais de um ano na empresa. “Os cargos são para todos os níveis, de analista a gerente”, explica José Roberto Haddad, diretor de RH da companhia, dona de uma receita de R$ 350 milhões no ano passado. Os executivos mais disputados são aqueles capazes de vender soluções em todo o Brasil, com contratos de qualquer porte, além de oferecer produtos e serviços que aumentem a produtividade dos clientes e reduzam custos com tecnologia.

O executivo Fernando Mantovani, de 30 anos, assumiu há quatro meses a área de soluções de segurança da Go2neXt, especializada em computação em nuvem. O processo de contratação começou a partir de uma conversa informal pelas redes sociais com o Chief Operating Officer (COO) da companhia. “Tenho formação em ciências da computação, mas boa parte dos conhecimentos que o cargo exige vem de cursos que continuo fazendo”, diz Mantovani, que acumula certificações de fornecedores como Microsoft, Cisco e McAfee.

Para ele, um dos maiores desafios de ocupar um cargo em uma área recém-nascida é apresentar aos clientes vantagens que não existiam no mercado. “Tenho de compartilhar o que sei com as empresas, além de me manter atualizado com o que há de mais avançado no segmento”. Em seu período inicial na companhia, o executivo se dedicou à leitura de ‘papers’ técnicos, participação em palestras e workshops. Segundo Tavares, da Search, o aumento na busca por especialistas, associado à carência de certificações em novas tecnologias, deve fermentar os salários de profissionais especializados. “As empresas também estão desenvolvendo treinamentos internos a fim de capacitar seus quadros”, afirma.

É o caso da Resource IT Solutions, que atua com outsourcing e desenvolvimento de software. A companhia, que investe em capacitação, tem 30 vagas livres nos setores de mobilidade e computação em nuvem, criados no ano passado. “O número de vagas cresce conforme os pedidos dos clientes”, explica Fabiana Batistela, gerente responsável pela área de recrutamento e seleção. “São perfis profissionais escassos no mercado e, por isso, trabalhamos com formação em operações e gerência.”

A empresa, que tem mais de 2,5 mil funcionários em oito escritórios no Brasil, além de subsidiárias na Argentina, Estados Unidos e Chile, também usa colaboradores mais experientes para treinar pessoas em novas áreas. Hoje, o objetivo é selecionar talentos para o desenvolvimento de software, com experiência em linguagens de programação para dispositivos como BlackBerry e iPhone. “Graduados em engenharia e ciência da computação têm uma ótima base”, diz.

Depois de trabalhar como consultora para a Millennium Network, de software de gestão, Vivien Barna foi efetivada em novembro de 2011 como gerente de produtos da solução PLM SaaS, ainda em fase de “evangelização” no mercado brasileiro. Com passagens em empresas como AT&T, Algar Tecnologia e Telefônica, ela é responsável pelo desenvolvimento de mercado e difusão do produto na indústria de moda. O PLM é um sistema on-line que gerencia o ciclo de vida de um produto desde o desenho de criação, ajustes e envio para a linha de fabricação. “Existe um potencial de crescimento muito grande no Brasil”, diz.

Na Gonow Tecnologia, de consultoria e outsourcing, o diretor de recursos humanos Benedito Pontes está à procura de gestores de equipes de linguagem Ruby. Há três vagas abertas. A linguagem Ruby é conhecida pela velocidade de desenvolvimento de aplicações e normalmente precisa de menos linhas de códigos do que similares do mercado para a criação de uma mesma função. “É uma ferramenta que está sendo amplamente adotada por startups de serviços web, em todo o mundo”, explica.

Segundo Milena Andrade, gerente regional do Examination Institute for Information Science (Exin Brasil), instituto de certificação internacional com mais de 25 anos de atuação, produtos recém-lançados no Brasil deverão ampliar as opções de capacitação em 2012 com cursos em Green IT (TI verde) e TMap ou qualidade em teste de software. No Brasil, o Exin certifica 700 alunos ao mês, a maioria em Information Technology Infrastructure Library (ITIL). Depois, a maior procura é por áreas como gerenciamento de serviços em ISO 20000 e segurança da informação com base na ISO 27002. De acordo com Milena, tecnologias ensinadas no começo de uma graduação já estão ultrapassadas quando o aluno finaliza o curso. “Os treinamentos complementares ajudam a acelerar os processos de capacitação.”

Graduado em processamento de dados e com MBA em gestão de vendas de serviços, George Dagher também colecionou certificações técnicas e diplomas em cursos de pré-vendas. A bagagem acumulada o ajudou a ser contratado, em outubro de 2011 como gerente de operações de computação em nuvem da Globalweb nos Estados Unidos. “Sou responsável pelos serviços para clientes em todo o mundo”, diz.

Por meio da filial americana, a empresa já atende 34 contratos. Para quem deseja aproveitar as oportunidades no segmento, a dica de Dagher é estudar para adquirir conhecimentos técnicos em segurança, sistemas e infraestrutura. “O profissional precisa entender o negócio dos clientes e, ao mesmo tempo, ter uma visão completa da solução que vai oferecer.”

Ineditismo dos cargos dificulta recrutamento

A dificuldade para recrutar talentos para novas áreas de TI tira o sono dos gestores das empresas. “Há posições tão novas quanto o próprio mercado”, diz Paulo Henrique Pichini, CEO da Go2neXt, que fez contratações importantes em novembro de 2011 e fevereiro de 2012. “Foi muito difícil encontrar candidatos com o perfil correto para atuar com computação em nuvem. A função exigia um profissional aberto ao novo, mas com um ‘background’ de conhecimentos em ambientes de TI tradicionais”, explica.

Segundo Pichini, é fácil avaliar a experiência técnica de um candidato, mas a prova de fogo é feita no dia a dia. “Ele precisa entender o problema do cliente e desenhar uma solução. Se mostrar desenvoltura, contrate-o”. Para o CEO, com mais de 25 anos de experiência, as posições na indústria de TI já passaram por grandes mudanças, mas os últimos dez anos obrigaram as corporações a reestruturar funções e minimizar a duplicidade de atividades. A divisão entre TI e telecomunicações deixou de existir nos organogramas e as empresas não têm mais um gerente focado em dados, outro em voz e um terceiro para serviços. “Existe uma única liderança de serviços, voltada para o gerenciamento de contratos de outsourcing”, explica.

Nesse cenário, as corporações especializadas prestam serviços operacionais e o setor de TI passa a gerir contratos, garantir disponibilidade de sistemas, segurança e custos adequados ao crescimento dos negócios. “Os profissionais foram obrigados a conhecer o ‘core business’ das organizações e saber como a tecnologia pode aumentar a eficiência e ajudar a ganhar mais clientes”, diz. Os executivos também tiveram de se familiarizar com aspectos jurídicos, que recheiam os contratos de outsourcing, e com as particularidades de mercados como finanças e varejo. “A mudança do perfil é profunda e a experiência é adquirida no dia a dia”

De acordo com Yim King Po, presidente da YKP, que implementa pacotes de gestão empresarial, o desafio é formar pessoal para atender às demandas internas e dos clientes. Uma das estratégias da empresa, com mais de 300 funcionários, é selecionar jovens em universidades de primeira linha e envolvê-los em projetos novos e desafiadores. Há pelo menos quatro vagas à espera de gerentes para as áreas de mobilidade e computação em nuvem.

Fonte: Jacilio Saraiva, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.