Graça Foster chora ao falar sobre suspeita de lavagem de dinheiro na Petrobras
A presidente da Petrobras, Graça Foster, chorou, nesta quarta-feira (11), ao falar sobre as acusações de falta de planejamento na Petrobras e sobre as suspeitas de pagamento de propina a funcionários para assinatura de contratos milionários.
Em depoimento à CPMI da Petrobras, Graça se emocionou quando foi interrogada sobre as suspeitas de que o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa operava um esquema fraudulento para favorecer empresas.
— Eu não tenho nada a dizer sobre isso. Quando a gente lê sobre operações criminosas nós ficamos muito envergonhados só com as suspeitas.
Durante seu depoimento na CPMI, que já dura mais de quatro horas, a presidente da Petrobras foi informada de que Costa havia sido preso novamente pela Polícia Federal.
Contrato sob suspeita
Uma das suspeitas é de que Costa recebeu dinheiro do doleiro Alberto Youssef para facilitar o contrato da Petrobras com a empresa Ecoglobal. De acordo com Graça Foster, a comissão interna que apurou o caso na estatal não encontrou nenhum indício de que o ex-diretor tenha participado das negociações.
No entanto, para evitar polêmicas, a presidente da estatal admite que pode suspender o contrato, assinado no valor de R$ 400 milhões.
— À luz de tamanha discussão, de tanta polêmica, e como não tínhamos feito nenhum pagamento ainda, foi feita uma avalição e temos até esta sexta-feira (13) para tomar decisão sobre o contrato com a Ecoglobal. Mas, a comissão não identificou nenhum envolvimento do ex-diretor com nossos empregados.
Graça Foster também afirmou que Paulo Roberto Costa não tinha poder de decisão na Petrobras. Ao ser perguntada sobre o papel do ex-diretor, acusado de lavagem de dinheiro, dentro da estatal, a presidente garantiu que todas as decisões deles dependiam de autorização superior.
— O ex-diretor não tinha o poder soberano sobre as decisões da Petrobras. Não tinha.
“Conta de padeiro”
A presidente da Petrobras também se emocionou ao rebater as alegações de Paulo Roberto Costa, que disse em entrevista que os custos da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, foram estimados com “conta de padeiro”.
Graça Foster se recusou a repetir o termo e se mostrou ofendida com as alegações do ex-diretor. A presidente garantiu que a equipe da Petrobras é “digna” e composta por profissionais competentes que não agiriam com irresponsabilidade.
— Não concordo definitivamente que a gente possa atribuir a engenharia da Petrobras essa condição. Isso é uma coisa medonha, me nego a repetir essas palavras. Nós não aceitamos que tenhamos feito conta de qualquer maneira. Podemos ter errado. E estamos trabalhando duro para ajustar tudo isso.
Paulo Roberto Costa foi preso novamente pela Polícia Federal nesta quarta. A ordem veio do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, responsável pelo processo da operação Lava-Jato.
Fonte: Site R7 – Brasil.