Goldman Sachs é punido por regulador nos EUA
Um órgão fiscalizador americano multou uma subsidiária do Goldman Sachs por transgressão de regras sobre definição de preços praticados em seu “dark pool”, na mais recente de uma série de iniciativas punitivas tendo como alvo plataformas de operadores anônimos. A Goldman Sachs Execution & Clearing LP aceitou pagar uma multa de US$ 800 mil para encerrar a investigação aberta pela Finra – entidade autorreguladora do mercado dos EUA – sem admitir ou negar as acusações.
Os “dark pools” são ambientes privados de negociação eletrônica, em que os investidores usam essas plataformas para comprar e vender blocos de ações no anonimato, com os preços apresentados publicamente somente após a realização das ofertas.
A Finra disse que o dark pool SIGMA-X, do Goldman, executou cerca de 400 mil transações, entre 29 de julho e 9 de agosto de 2011, processadas a preços inferiores, descumprindo as regras de proteção aos investidores e que visam assegurar que os clientes sejam beneficiados pelos termos mais vantajosos. Além disso, a Finra disse que entre novembro de 2008 e agosto de 2011 o banco não praticava políticas adequadas para proteger as cotações das ações. Além de pagar a multa, a Finra disse que o Goldman já devolveu US$ 1,67 milhão aos clientes prejudicados.
“A Finra não é tolerante em relação a empresas que não implementem políticas e procedimentos destinados a proteger contra operações de trading empregando cotações protegidas”, disse Thomas Gira, vice-presidente executivo da unidade de fiscalização do mercado da Finra.
Um porta-voz do Goldman Sachs recusou-se a comentar outros aspectos além dos enunciados no acordo com a entidade fiscalizadora. O acordo do Goldman com a Finra foi firmado menos de uma semana após a Promotoria Geral de Nova York ter aberto um processo contra a LX, um dark pool concorrente operado pelo Barclays.
Nesse processo, as acusações referem-se a transgressões mais graves, inclusive alegações segundo as quais o Barclays mentiu a investidores, permitindo que traders que operam com alta frequência fossem beneficiados por vantagens injustas, apesar de o banco ter se comprometido a policiar o dark pool para impedir operações predatórias.
Críticos dizem que os ambientes de dark pool são prejudiciais à transparência das cotações. Isso porque o crescimento do número de dark pool reduziu o volume de negócios em bolsas, onde os preços são de domínio público, comprometendo, assim, a qualidade do mercado.
A SEC (comissão de valores mobiliários dos EUA) encerrou recentemente uma investigação envolvendo outro dark pool, denominado Liquidnet, devido a acusações de que essa plataforma compartilhava indevidamente dados confidenciais de clientes em materiais de marketing.
A presidente da SEC, Mary Jo White, também anunciou recentemente que os técnicos da agência estão empenhados na criação de novas regras para exigir que o dark pool – e também corretoras que executam operações de trading internamente – divulguem mais informações sobre seu funcionamento.
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