Gerente é suspeita de roubar R$ 20 milhões de conta do banco BVA
A polícia de São Paulo investiga o sumiço de R$ 20 milhões da conta de um cliente do banco BVA, que foi liquidado no ano passado. A própria gerente da conta, que comprou um apartamento de luxo e um carro importado, é a suspeita de ter roubado o dinheiro.
A vítima, que preferiu não aparecer, disse que foram feitas centenas de saques em dinheiro da conta e transferências eletrônicas. No dia da intervenção do Banco Central na instituição, ocorrida em 2012, a gerente apareceu com um carro de luxo, avaliado em mais de R$ 200 mil.
Ela foi até a delegacia e contou que um homem desconhecido a abordou em casa e a ameaçou, obrigando-a a ficar com o veículo. O delegado acreditou na história e abriu um inquérito para apurar a ameaça – ignorando a principal hipótese de que ela própria teria comprado o carro.
Paralelamente a isso, em outra delegacia, uma investigação comprovou que a gerente foi quem comprou o veículo.
Além do carrão, a gerente também comprou um imóvel, ou melhor, transformou dois apartamentos em um só, de mais de 350 metros quadrados.
No local tudo é automatizado e os móveis foram comprados em uma das lojas mais sofisticadas de São Paulo. A temperatura da ducha é controlada digitalmente e há até ofurô.
Ninguém foi preso e a Corregedoria da Polícia Civil quer explicações do delegado que acreditou na estranha ameaça.
Fonte: Ethos Online
O investidor que preferiu não se identificar, no caso da gerente cujas mãos invadiram a conta do cliente do BVA, encontra-se numa situação mais vantajosa, quando se compara com a dos demais vitimados pela bancarrota; pois o seu patrimônio, ao menos, pode ser visualizado.
Agora, o que falta é começar pelo fim do percurso, isto é, pela Corregedoria da Polícia. Em sua visão tosca, o tal delegado, que deve ter ensaiado passos de dança com aquela gerente, certamente vai preferir a carreira, aberta a infinitas possibilidades, a um conjunto de benefícios financeiros já sem garantia e com a marca do ilícito. A partir disso, a gerente, submetendo-se ao saudável exame de consciência, talvez devolva uma parte do valor apoderado.
Ante o crime evidente, é recuperável o objeto do ato antijurídico, mas, quando aparece disfarçado com a veste da licitude, aquilo que foi furtado ou roubado, como vem com a nota fiscal da legalidade, muito dificilmente sai de dentro das mãos de quem dele se apropriou com toda a pompa de um ato estatal.
Enfim, enquanto os outros investidores, vítimas de um arrastão institucionalizado, consideram irrecuperáveis seus patrimônios, o incógnito cliente pode deleitar-se com a ideia da recuperação de seu valor aplicado no BVA.