FSB pede reforço na gestão de risco dos bancos
Às vésperas do G-20 em Moscou, o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) convocou os bancos a reforçar sua gestão de riscos e as autoridades nacionais a aumentar a supervisão sobre o sistema financeiro para evitar os recentes escândalos que abalaram o setor.
Com base em pesquisa junto a 36 instituições financeiras internacionais, incluindo o Itaú Unibanco, o FSB diz ter constatado a persistência de “gaps significativos” na gestão de risco. Quase metade das instituições examinadas não preencheria a todos os critérios de um forte sistema de riscos.
A crise econômica global expôs várias fragilidades na administração de riscos em grandes instituições financeiras. Um exemplo é sobre o papel e responsabilidades do conselho de administração, a função de gestor de riscos, e avaliação independente de problemas.
Apesar de melhoras já feitas, o FSB diz que é preciso que as autoridades nacionais avaliem melhor a eficácia dos sistemas de risco, e mais especificamente, sua cultura de riscos, para garantir uma gestão segura durante os ciclo econômicos.
O FSB, que deve gradualmente ser reforçado pelo G-20 para se tornar uma espécie de organização mundial de finanças, nota que recentes casos envolvendo importantes instituições financeiras mostram a importância de um bom sistema contra riscos.
Entre os bancos pesquisados, estão J.P. Morgan, UBS e Barclays, todos envolvidos em escândalos recentes. HSBC e Standard Chartered também estão entre os que pagaram centenas de milhões de dólares de multas nos EUA por falhas para identificar lavagem de dinheiro de países sofrendo sanções internacionais como o Irã.
Para o FSB, a necessidade de melhora na gestão de risco é essencial, sobretudo, em bancos menores e nas economias em desenvolvimento.
No caso do Brasil, o FSB cita a inexistência de várias exigências, como de nível de qualificação nos conselhos de administração. Também não há a definição de diretor independente. (AM)
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