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Ex-Barclays serão interrogados sobre fraude

Bob Diamond, John Varley e outros ex-membros da cúpula administrativa do Barclays serão interrogados sob advertência pelo Serious Fraud Office do Reino Unido (SFO), em uma aceleração de sua investigação sobre supostos acordos fraudulentos feitos no Qatar como parte da chamada de capital emergencial feita pelo banco em 2008.

Para o Barclays, que na semana passada lançou um plano de reestruturação com o objetivo de melhorar sua lucratividade, a notícia é um lembrete ruim da herança que ainda paira sobre o banco. “Eles perderam dois braços e uma perna e ainda há quem queira pegá-los”, disse ontem uma pessoa envolvida no caso.

Segundo outras fontes a par da situação, 12 pessoas já foram questionadas sob advertência ou convocadas para prestar depoimentos pelo SFO. Além de Diamond e Varley, ambos ex-presidentes do Barclays, ela incluem Roger Jenkins, ex-chefe da área de consultoria fiscal do banco, e Chris Lucas, ex-diretor financeiro.

Uma entrevista sob advertência sugere que o SFO acredita ter base suficiente para suspeitar que o indivíduo cometeu uma infração. Essas entrevistas são precedidas pela advertência: “Você não é obrigado a dizer nada. Mas sua defesa poderá ser prejudicada se você não mencionar, ao ser questionado, algo do qual você posteriormente vai depender no tribunal”. Tal questionamento não exige a prisão e pode ser agendado, como é o caso na investigação do Barclays.

Jenkins fez sua entrevista antes de Easter e a de Lucas deverá ocorrer nas próximas semanas, embora as datas das entrevistas de Varley e Diamond ainda não tenham sido marcadas, afirmaram as fontes ao “Financial Times”. Nenhuma decisão inicial de indiciamento criminal será tomada enquanto as entrevistas não forem todas realizadas.

Para o banco, o maior risco da investigação do SFO é uma acusação corporativa dentro das antiquadas leis de corrupção do Reino Unido, que foram revistas pelo Bribery Act de 2011. Sob as velhas leis, o SFO precisa provar que uma “mente condutora” de uma companhia tinha conhecimento das fraudes e as ordenou.

A autoridade reguladora financeira do Reino Unido disse que quer impor uma multa de 50 milhões de libras, que o Barclays está contestando, pelo fato de o banco não ter revelado que pagou comissões de 322 milhões de libras a investidores do Qatar. Isso eleva o total de comissões e honorários pagos aos investidores desse principado do Golfo Pérsico em 2008 para 450 milhões de libras, mais de 7% do capital investido.

SFO, Barclays e Jenkins não quiseram comentar o assunto. Os advogados de Lucas e Varley também não quiseram se manifestar. Um advogado da Qatar Holding não respondeu pedido para comentar o assunto. Um porta-voz da Diamond disse: “O senhor Diamond continuará ajudando sempre que puder em qualquer tema relacionado ao Barclays, mas ele não pode fazer comentários sobre inquéritos específicos”. Diamond nega ter cometido qualquer irregularidade.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.