ABC Brasil investe para conquistar pequenas e médias empresas
O banco ABC Brasil quer ampliar sua presença entre empresas pequenas e médias, com faturamento anual de R$ 30 milhões a R$ 250 milhões. O projeto de expansão no chamado “middle market” inclui a abertura de três agências no primeiro semestre, uma na Grande São Paulo e duas em novas praças – Ribeirão Preto (SP) e Goiânia. O banco também analisa, no momento, sua estreia na região Nordeste, provavelmente para o segundo semestre.
Da carteira de crédito de R$ 11,58 bilhões do ABC Brasil (incluindo garantias prestadas), pequenas e médias empresas respondem por apenas R$ 1,56 bilhão. A maior parte do estoque (R$ 10, 02 bilhões) corresponde à participação de grandes companhias. “Vamos crescer mais no ‘middle’ neste ano em volume de recursos”, afirma Sérgio Lulia Jacob, vice-presidente financeiro e de relações com investidores do ABC Brasil, sem, no entanto, detalhar os números. As projeções de desempenho do banco para 2011 devem ser fechadas hoje.
O ABC Brasil tem hoje catalogadas em seu banco de dados cerca de 12 mil empresas pequenas e médias, mas trabalha efetivamente com 800. “Não atingimos nem 10% do nosso potencial”, observa Jacob. Em compensação, das 1,5 mil grandes companhias cadastradas, pouco mais de 700 são clientes ativas. “O ‘corporate’ é um segmento bem tradicional, do qual gostamos bastante, temos bom conhecimento e no qual trabalhamos com spreads razoáveis, só que já está mais consolidado”, reconhece.
Criado em 1989 e controlado pelo Arab Banking Corporation, um dos maiores bancos do Oriente Médio, com sede em Bahrain, o banco ABC Brasil começou a trabalhar com pequenas e médias empresas em 2005, quando abriu uma estrutura para atender a esse público na capital paulista. Em 2007, iniciou o primeiro ciclo de expansão, inaugurando plataformas em Campinas (SP), em Estados da região Sudeste e Sul. Agora que essas agências já “se pagam”, se prepara para colocar em prática o segundo ciclo de expansão.
Os investimentos no segmento de pequenas e médias empresas, que incluíram a contratação de 47 gerentes comerciais no ano passado, contribuíram para elevar as despesas administrativas e de pessoal do banco, que no total subiram 12,5% – ante uma projeção inicial de 5% a 10%. Neste ano, deverão ser contratados mais 23 gerentes. “Vamos monitorar de perto a evolução das despesas daqui para frente”, destacou em relatório os analistas do Barclays Fabio Zagatti e Roberto Attuch.
O banco ABC Brasil encerrou 2010 com lucro líquido de R$ 202,2 milhões, crescimento de 33,8% em relação ao ano anterior.
Fonte: Aline Lima, Valor Economico