Notícias

Bancos não sabem dialogar com nova classe média, dizem especialistas

Falta entrosamento maior entre o que a nova classe média procura de serviços bancários e o que de fato as instituições financeiras oferecem aos clientes. A análise é de especialistas presentes no III Fórum de Inclusão Financeira, promovido pelo Banco Central (BC), de hoje até sexta-feira, em Brasília.

Apesar do avanço na universalização da presença física de agências e correspondentes bancários em todo o país, as pesquisas existentes são insuficientes para avaliar o comportamento desse novo público, incluindo a situação do mercado de crédito, reconhece, inclusive, o BC.

“Faltam alguns dados mais específicos para se trabalhar com controles mais robustos a questão da sustentabilidade desse processo de expansão”, disse o diretor de Regulação do Sistema Financeiro, Luiz Awazu Pereira da Silva na mesa em que foi feito um mapeamento da demanda por inclusão financeira no Brasil.

O secretário de Ações Estratégicas da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros, defende uma maior aproximação entre os bancos e os clientes. “Se quem está dando crédito quiser levar vantagem o tempo todo vai chegar um momento em que ele não vai ter mais clientes porque todos estarão inadimplentes”, disse.

Se os bancos não souberem conquistar a nova classe média, a demanda por serviços e crédito será ocupada de maneira informal por outras instituições, como já vem acontecendo, disse o sócio-diretor do Instituto Data-Popular, Renato Meirelles. “Tem muito dinheiro para quem souber olhar e conversar com os consumidores”, afirmou ao apresentar pesquisas do instituto que apontam uma preferência da nova classe média pelos varejistas no lugar dos bancos.

Por outro lado, o professor do Departamento de Economia da PUC-RJ, Juliano Assunção, considera que os bancos precisam tomar cuidado com os sistemas de avaliação de risco, pois passaram a lidar “com um público diferente num ambiente institucional diferente”. O economista ainda defende a incorporação dos serviços financeiros nas pesquisas do IBGE para se traçar um panorama mais qualificado do setor.

Para o economista chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Macelo Neri, o Estado tem um papel importante no aprendizado da população sobre a melhor forma de se tomar crédito.

Os especialistas acreditam que o papel da autoridade monetária na busca pela inclusão financeira da nova classe média deve balancear instrumentos que favoreçam ao mesmo tempo a poupança e o crédito. “Devemos ser mais criativos para novas formas de poupança e dar crédito de maneira mais racional”, disse Ricardo Paes de Barros, defendendo uma transparência maior para os clientes.

Fonte:Murilo Rodrigues Alves | Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.