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Efeito BTG Pactual: Crise do banco impõe pesadas perdas a ex-sócio

Prev a perdasEx-chefe da mesa proprietária de ações do BTG Pactual, Emmanuel Hermann estava, como se diz no mercado, “comprado” na história do banco quando seu fundador, André Esteves, foi preso na manhã do último dia 25. O fundo exclusivo de Hermann, batizado com o instigante nome de Fúria, entrou na mira do mercado nos últimos dias diante das perdas expressivas que registrou.

Altamente alavancado em ações do BTG Pactual e também com apostas em empresas ligadas ao banco, como BR Properties, Banco Pan e BR Pharma, o Fúria teve que depositar mais margens na BM&FBovespa e receber novo aporte de recursos conforme os preços de seus ativos derretiam na esteira da crise do banco.

Segundo a última carteira aberta disponível no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de agosto, as units do BTG correspondiam a 156% do patrimônio líquido de R$ 401 milhões do fundo. Na carteira de novembro, ainda fechada, “certificados ou recibos de depósitos”, que provavelmente referem-se às units do BTG, somavam 341% do patrimônio, que havia caído para R$ 159 milhões. No dia 4, o patrimônio era de R$ 149 milhões. Desde o dia 24, as units do BTG registram queda de 57,2%.

Hermann deixou o BTG em março do ano passado e abriu a gestora Leste com alguns sócios, depois de ter sido dispensado pelo banco da obrigação de non-compete (não competição) que costuma acompanhar desligamentos de executivos estratégicos. Vendeu suas ações na “partnership” dos sócios do BTG e comprou “units” do banco na bolsa. Comentava-se, então, que ele se tornara o maior acionista pessoa física dentro do “free float” do banco na bolsa.

Segundo o Valor apurou, o Fúria tinha, em 24 de novembro, cerca de 1% do capital total do BTG, o equivalente a R$ 290 milhões. Depois do tombo dos papéis, das chamadas de margem e de compras adicionais que Hermann decidiu fazer, para aproveitar o preço abaixo do valor patrimonial, essa fatia subiu para pouco mais de 2%, ou cerca de R$ 140 milhões. O investidor teria se desfeito de outras aplicações líquidas pessoais para capitalizar o  fundo.

A participação do multimercado crédito privado Fúria em ações do BTG Pactual, segundo pessoas próximas ao investidor, foi uma forma de manter o alinhamento com o banco, onde Hermann trabalhou por cerca de 20 anos, e apostar na competência e capacidade técnica de seus gestores.

O investidor tem dito a interlocutores que entende que o banco agiu rápido e tem capacidade técnica para se recuperar, independentemente de Esteves.

Sua exposição ao BTG, hoje, representa menos da metade do que foi quando ainda era sócio do banco. O Fúria, administrado pelo BTG Pactual, é um dos veículos de investimento de Hermann para aplicar em ações e não tem relação com a gestora Leste, da qual é um dos principais acionistas.

Hermann ingressou no antigo Pactual ainda nos anos 90 como analista de renda fixa. Em 1998, tornou-se chefe da gestora de recursos e sócio. Antes de se desligar do BTG, além de responder pela mesa proprietária de ações, era membro do conselho global e do comitê executivo, o que indica que era um dos sócios com maior fatia  acionária.

Fonte: Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.