Documento não saltou aos olhos de supervisores
O conteúdo do relatório do comitê de auditoria do PanAmericano não difere muito do apresentado por outros bancos de porte semelhante, segundo uma pessoa que acompanha as investigações oficiais do caso. “Não era nada que saltasse aos olhos”, diz a fonte, que afirma ser comum que se recomende aperfeiçoamentos. Conforme o Valor apurou, dentro da Deloitte, auditoria do PanAmericano, o documento também não teria chamado atenção.
É comum que relatórios desses comitês sugiram melhorias, mas pesquisando outros documentos a reportagem não encontrou nenhum que fosse específico em recomendações sobre o tamanho da área de controladoria, nem menção à necessidade de revisão e efetiva implantação de controles.
A fonte que acompanha a investigação oficial lembra, no entanto, que se a suposta fraude agora descoberta tivesse sido identificada pelo comitê de auditoria, ou pela auditoria externa, haveria obrigação de comunicação ao BC. Não seria tema apenas para ser incluído num relatório.
Procurados, Banco Central, Deloitte e PanAmericano não quiseram dar entrevista. Alegando cumprir seu código de ética profissional, a auditoria se recusou a informar quantos funcionários auditavam os números do banco e não quis revelar em qual nível de risco, na escala da firma, o banco se enquadrava. Um novo cliente de auditoria pode ser aprovado ou rejeitado, a depender do risco. Mesmo em caso de aceitação, há diferentes níveis de risco, que podem exigir medidas extras de controle, como revisão por dois sócios. (FT)
Fonte: Valor Economico