CVM investiga operações da factoring Porto Forte
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou nesta terça-feira que vai investigar as operações da empresa de factoring Porto Forte S/A.
Fundada em julho de 2002, a Porto Forte S/A atua nos setores de capital de giro para pequenas e médias empresas e no gerenciamento de contas a pagar e a receber. Em 2008, transferiu as operações de recebíveis para um fundo de investimentos em direitos creditórios batizado de Fundo Porto Forte de Investimentos.
Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal “Valor Econômico”, a Porto Forte teria provocado prejuízos a cerca de 450 investidores, num esquema semelhante a de pirâmide que vinha captando recursos de executivos do mercado financeiro. A factoring oferecia aos clientes uma rentabilidade em torno de 160% do Certificado de Depósito Interfinanceiro – taxa de referência do sistema financeiro.
Em nota, a Porto Forte, informou que identificou “venda de ações em desacordo com o valor contábil”, “inconsistências” nas contas e “indícios de má gestão e possível utilização indevida do caixa da empresa. A empresa diz ainda que contratou a PricewaterhouseCoopers para auditar suas contas.
“Por conta de inconsistências surgidas na análise das contas da Porto Forte S/A, em 17 de fevereiro a diretora vice-presidente, Luciana Lima, apresentou uma carta dando ciência aos demais diretores de que ‘identificou que houve indícios de má gestão e possível utilização indevida do caixa da empresa’, e ainda sobre ‘provável manipulação e falta de transparência das informações que lhe foram prestadas desde o início de seu mandato’”, diz a nota.
A Porto Forte informa ainda que decidiu pela suspensão das operações de compra e venda de ações pela tesouraria da empresa, “até que os relatórios solicitados fiquem prontos e as dúvidas acerca do valor das ações da empresa estejam esclarecidas”.
A nota termina dizendo que o Fundo Porto Forte está operando normalmente e que a empresa está honrando todos os seus compromissos financeiros.
A CVM não comentou as operações da factoring. Em nota, limitou-se a dizer que “está investigando o caso”.
Fonte: G1, em São Paulo