Custo de captação dos bancos antecipa alta da Selic e sobe
A queda nos spreads e a redução dos juros bancários foi uma das grandes bandeiras do governo Dilma no ano passado. Depois de encampar uma batalha com o sistema bancário, o governo prometeu seguir vigilante para manter o juro bancário em níveis de mínima histórica. Os dois primeiros meses do ano, porém, mostraram que segurar as taxas dos empréstimos como estavam não será tarefa fácil.
Fevereiro foi o segundo mês consecutivo em que o crédito ficou mais caro para o tomador. Embora haja quem defenda que se trata de uma recomposição de rentabilidade dos bancos, a maioria dos analistas enxerga o aumento nos juros bancários como uma consequência direta da expectativa de elevação na taxa básica de juros (Selic).
As taxas de juros para operações de créditos com recursos livres subiu de 26,2% ao ano em janeiro para 26,4% em fevereiro, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram. A taxa para operações corporativas ficou estável em 18,9% e a de crédito para indivíduos subiu de 34,6% para 35,1%. Nos recursos direcionados, a taxa ficou estável.
“Este movimento [de taxas de empréstimos livres] pode ser atribuído à antecipação ao aumento na taxa básica de juros que provavelmente deve acontecer nos próximos meses”, escreveu o Credit Suisse em relatório assinado pelo economista Nilson Teixeira.
Onde já se vê com mais clareza o efeito dessa expectativa é no custo de captação de recursos de livre aplicação pelo sistema financeiro, que também subiu em fevereiro, após 19 meses consecutivos de queda. A taxa média paga pelas instituições a depositantes e investidores, para poder contar com esse tipo de recurso, passou de 7,8% para 8,2% ao ano.
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