Credor do Banco Cruzeiro do Sul faz proposta
Além dos Indio da Costa, credores do banco Cruzeiro do Sul também direcionam seus radares ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Segundo o Valor apurou, detentores de bônus externos trabalham em um plano para tentar abreviar a liquidação do banco. Uma primeira proposta já foi entregue ao Banco Central.
Parte da viabilização do projeto passaria por negociações para que o FGC prorrogasse o prazo de recebimento de seus créditos ou até que aceitasse mais descontos.
Os estudos são conduzidos pelos escritórios de advocacia Levy & Salomão e Pinheiro Neto. Procurados, ambos não comentaram o assunto. A dívida externa do Cruzeiro do Sul soma cerca de R$ 3 bilhões.
Antonio Carlos Bueno, presidente do conselho do FGC, diz que o fundo, credor em mais de R$ 2 bilhões, está aberto a negociações. Ressalta, porém, que há limites para isso. “Não dá para existir um acordo que não minimize nosso prejuízo.” Um entrave às negociações, por exemplo, é que o estatuto do fundo determina que o FGC não pode dar garantia a títulos emitidos no exterior.
Não são raros os casos de controladores e até de credores de bancos em liquidação que questionam o papel de administradores e até do próprio Banco Central. É uma história que agora se repete no Cruzeiro do Sul.
O ex-senador José Eduardo Andrade Vieira, por exemplo, travou uma batalha judicial com a tese de subavaliação dos ativos do Bamerindus por parte do Banco Central (BC). Edemar Cid Ferreira, controlador do banco Santos, e o administrador judicial da massa falida Vânio Aguiar e os credores frequentemente discutem também.
A novidade no caso do Cruzeiro do Sul é que no centro da disputa está o FGC, uma entidade privada criada em 1995 para proteger pequenos depositantes. Em meados do ano passado, o FGC ganhou do Conselho Monetário Nacional respaldo para atuar como um agente que pode viabilizar o salvamento de bancos com problemas.
Não se trata de um alvo qualquer. O fundo tem um patrimônio de R$ 30,7 bilhões, formado por contribuições pagas pelos bancos. (CM)
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É claro que nada vai mudar no FGC com a renúncia de apenas dois elementos. E o pior: com o fim dos ganhos extras – já que a IMS não mais poderá atuar pelo menos no Cruzeiro – , o que os demais restantes farão para evitar o prejuízo?