Petrobras contrata empresas de investigação para apurar corrupção
A Petrobras anunciou que contratou duas empresas independentes de investigação, uma do Brasil e outra dos Estados Unidos, para apurar as denúncias sobre suposto esquema de corrupção na empresa, feitas pelo ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Yousseff, nas investigações decorrentes da Operação Lava Jato. O nome das empresas não foi revelado.
Em nota divulgada na manhã da segunda-feira (27/10), a empresa diz que a contratação “considera o contexto” das normas da CVM e das leis americanas que tratam de corrupção e atos ilegais cometidos por empresas que negociam ações nas Bolsas Americanas. A Petrobras negocia títulos na NYSE (Bolsa de Nova York).
Uma das leis cujo “contexto” a Petrobras diz considerar, para aprofundar as investigações, é a FCPA (Foreign Corrupt Practices Act, lei americana de combate à corrupção praticada no exterior por parte de empresas que negociam ações nas bolsas de valores dos Estados Unidos, como a Petrobras).
Outra lei citada é a “Securities Exchange Act”, que regula o mercado de negociação de ações, títulos de dívida e debêntures. Mais especificamente, a Petrobras se referiu à seção 10A, que trata de mecanismos de detecção de atos ilegais pela empresa em atuação conjunta com as empresas que auditam suas demonstrações financeiras.
Na semana passada, a CVM abriu processo contra a Petrobras para investigar as denúncias levantadas na Operação Lava Jato. A autarquia determinou que a Petrobras lhe liberasse o acesso a todo o resultado obtido pela comissão interna que criou para apurar o caso.
A Petrobras informou, também, no comunicado, que está pedindo esclarecimentos “‘às empresas mencionadas na imprensa como tendo atividades sob investigação na Lava Jato”.
A empresa aproveita o comunicado para reafirmar as providências que disse já ter tomado duas semanas atrás, quando interpelada pela CVM. Entre elas, que vem prestando esclarecimentos à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e Poder Judiciário e que tem usado o teor dos depoimentos de Costa e Youssef à Justiça para “subsidiar suas Comissões Internas de Apuração”.
Procurada para esclarecer detalhes sobre as respostas aos órgãos americanos e de que forma a empresa sentiu necessidade de atender à Securities Exchange Act”, além de informar quais empresas estão sendo procuradas no Brasil, a Petrobras ainda não respondeu.
Fonte: Folha de São Paulo