Com queda na depreciação de carros, Localiza tem lucro recorde
SÃO PAULO – A combinação do aumento nos volumes de carros alugados com o aumento das tarifas praticadas e uma menor depreciação dos veículos permitiu à Localiza renovar, no terceiro trimestre, os recordes em rentabilidade e receitas.
Só no período de julho a setembro, o lucro da locadora somou R$ 74,9 milhões, maior resultado líquido trimestral auferido pela companhia desde sua abertura de capital, em maio de 2005. Nos nove primeiros meses do ano, os ganhos da empresa – de R$ 181,1 milhões – já superam com folga o lucro obtido em todo o exercício de 2009 (R$ 116,3 milhões).
“Nos preparamos para o período pós-crise e, agora, estamos tirando proveito desse momento favorável da economia no Brasil”, diz o diretor de finanças e relações com investidores do grupo, Roberto Mendes.
Para melhorar sua rentabilidade, a companhia lançou mão de uma estratégia mais agressiva na renovação de frotas, o que ocasionou uma retração de 39% nas despesas com depreciação apenas no terceiro trimestre – com base na comparação anual.
Neste ano, a Localiza já comprou 40,6 mil carros, o que equivale a um incremento de 65,6% sobre o volume adquirido entre janeiro e setembro de 2009. Uma das consequências desse movimento foi a contração de 37,1% na depreciação média por carro neste ano. No segmento de aluguel de frotas, a baixa nas despesas unitárias com depreciação foi de 24,4%.
Em outra frente, a Localiza está procurando alongar os prazos negociados com clientes frotistas, de forma a diluir as perdas com depreciação neste segmento. A ideia é estender o período médio nos contratos de 24 meses para 36 meses. “Até o fim do ano, devemos renovar todos os contratos”, prevê Mendes.
Além do lucro, a receita líquida da empresa no terceiro trimestre – de R$ 673,6 milhões – foi recorde, assim como o resultado operacional medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que somou R$ 178,7 milhões – ou 26,5% do faturamento.
Junto com a maior escala de aluguéis, esse desempenho está ligado ao aumento nas tarifas médias praticadas pela empresa. Na divisão de aluguel de carros, os preços médios subiram 1,6% em um ano, enquanto no aluguel de frotas, a alta foi de 5,6% em igual período.
(Eduardo Laguna | Valor Economico)