Caoa diz que compra do BVA só sai “por milagre”

O empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, proprietário do grupo Caoa, ainda não desistiu de tentar comprar o banco BVA. Mas está bem mais pessimista em relação ao rumo das tentativas, que se arrastam há semanas.

O empresário disse ao Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, que “não há nada certo”. Caoa, como é apelidado, refutou a informação de que estaria negociando deságio com credores. “Eu nem sei o que é isso”, disse.

Ele também desmentiu que esteja em negociação com os ex-controladores do banco ou em parceria com qualquer outro interessado. Segundo Caoa, dono de um dos grupos de importação e revenda de veículos mais fortes do país, a única ação de sua parte, em andamento é a análise de auditorias que estão sendo realizadas, segundo ele, por um grupo de consultores que “já trabalharam na Booz Allen Hamilton e fundaram uma empresa”. “Estamos analisando friamente as várias auditorias que chegam, mas, se no fim, houver alguma viabilidade [para fechar o negócio[ só se acontecer algum milagre”, acrescentou.

Oliveira Andrade reconhece que está bem mais pessimista do que quando anunciou a intenção de adquirir o banco, onde tem R$ 500 milhões. Segundo ele, o que aparece nas análises “não são coisas muito boas”. O empresário mostra-se cansado e lamenta o rumo da sua tentativa de comprar um banco para ser o próprio administrador do financiamento dos veículos Hyundai, Subaru e Ford que vende no Brasil.

“Olha, eu trabalhei de verdade nisso, me aprofundei, passei até a entender de banco”, afirmou Oliveira Andrade, um médico cirurgião que abandonou a carreira em Campina Grande (PB) para entrar no ramo de comércio de veículos na década de 70. Mas ele ainda não desistiu. E, como bom médico, disse: “Enquanto há vida há esperança”.

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